As lutas dos trabalhadores expressam a situação da economia. Existem campanhas salariais nos setores e lutas defensivas contra as demissões onde existe recessão.
Como não ocorreu ainda uma segunda onda de cortes, o que prevalece são as lutas salariais, com greves, nos setores privado e público. Houve greves vitoriosas nas estatais, como em petroleiros. No setor privado como motoristas, construção civil e outros, surgem pequenas vitórias.

No setor público, existe uma reação aos ataques dos governos. Tanto em relação aos salários (não reajuste ou suspensão dos acordos) como na questão das fundações que atacam o funcionalismo. A greve unificada das universidades estaduais paulistas, incluindo estudantes, professores e funcionários, conquistou uma vitória parcial contra Serra e a repressão. Neste momento existe a greve do INSS que, além de ser nacional, traz uma vanguarda jovem e combativa.

Agora se abre uma perspectiva importantíssima com a preparação das campanhas salariais do segundo semestre, incluindo metalúrgicos, bancários, petroleiros, Correios e mineração, entre outros. Elas podem ser um elemento fundamental na evolução do movimento de massas, nos aspectos ofensivo (lutas salariais) e defensivo (contra as demissões). É fundamental desenvolvê-las e unificá-las, com um programa que inclui luta por reajustes salariais, estabilidade no emprego, redução da jornada salarial e organização de base.

Outra perspectiva é o desenvolvimento de lutas contra as demissões, quando surgir a segunda onda de ataques. A data de 14 de agosto, definida pelas centrais (CUT, Força e Conlutas) como um dia de lutas, inclui um ato central em São Paulo e paralisações. Essa data ainda é uma incógnita e pode significar um ponto de apoio para as campanhas salariais e lutas contra o desemprego. Mas será também uma batalha contra as direções das centrais para que a mobilização exista e se enfrente com o governo.

Nesse caso, o mais importante são as lutas concretas dos trabalhadores. O dia 14 deve ser entendido como um reforço dessas mobilizações, e não um fim em si mesmo. Para organizar a intervenção da Conlutas, será realizada uma reunião da entidade nos dias 25 e 26 no Rio de Janeiro.

A Conlutas promove também uma reunião nacional de sindicatos de servidores municipais e oposições sindicais do setor no dia 24 de julho, também no Rio. Essa reunião definirá um calendário unificado de luta.

A Secretaria Executiva Nacional da Conlutas também definiu 7 e 8 de agosto como dias nacionais de coleta de assinaturas para o abaixo-assinado que exige do governo Lula medidas concretas de proteção à classe trabalhadora frente à crise, como a edição de uma medida provisória que garanta estabilidade no emprego.

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