Prefeitura de Ipiaú (BA) convocou todos os demais aprovadosO professor de História da rede estadual de ensino da Bahia e da Faculdade Santo Agostinho, Albione Souza Silva, vem sendo perseguido politicamente pela prefeitura e pela Secretaria de Educação. Albione é militante do PSTU e ativista na luta dos trabalhadores em Educação da cidade de Ipiaú.
No dia 18 de agosto de 2006, foi publicado o edital da Prefeitura de Ipiaú com o resultado de concurso público para professor da rede municipal. O professor Albione foi aprovado em primeiro lugar. No entanto, hoje, mais de cinco meses passados, Albione ainda não foi chamado a tomar posse do cargo.
O curioso é que o município de Ipiaú passou mais de dez anos sem realizar concurso para professores. A rede municipal de ensino conta com apenas um professor graduado em História, sendo que o próprio edital do concurso (Edital nº 01/2006 de 9 de março de 2006) afirmava a existência de cinco vagas para a função de professor de História. Para as outras disciplinas, todos os aprovados já foram chamados aos cargos.
Assim, a não convocação do professor Albione (aprovado em primeiro lugar) revela um descaso com a educação, desprezo pela disciplina de História e, sobretudo, um desrespeito à Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que afirma a obrigatoriedade da disciplina ser ministrada por profissionais graduados na área a qual leciona.
Diante dos fatos, entende-se que a não-convocação do professor Albione para o cargo no qual foi aprovado se trata de uma perseguição política. Desde que iniciou suas atividades como professor na rede estadual, Albione sempre esteve junto à categoria apoiando a luta dos professores da rede municipal de Ipiaú, estando muitas vezes na linha de frente das mobilizações e lutas. A última greve encampada pela categoria por melhorias salariais e nas condições de trabalho foi um exemplo disso: o professor teve participação efetiva ao lado dos trabalhadores em educação, mesmo não sendo ainda professor da rede municipal.
Não existem argumentos técnicos sérios e coerentes que justifiquem a não-convocação de Albione. Esse fato lamentável só pode ser entendido como fruto de motivação política, nutrida por um governo intolerante, incapaz de respeitar posturas de pessoas que pensam e agem conforme suas consciências, de maneira autônoma e livre, fiéis aos seus princípios e convicções de luta.