Frente ao criminoso bloqueio à Faixa de Gaza, com certeza concordaremos com a maioria da esquerda mundial, incluindo possivelmente uma parte da esquerda israelense, na necessidade de derrotar o bloqueio e exigir de Israel o seu término. Por isso, em outro artigo des­ta mesma edição do Correio Internacional, a LIT-QI faz um chamado pela realização de uma grande campanha unitária de mobilizações pelo fim do bloqueio.

Junto a esta ação unitária, os acontecimentos de Gaza reacendem novamente o debate sobre qual é a solução de fundo para a situação de perma­nente conflito que se vive entre Palestina e Israel. A LIT-QI continua afirmando que a única solução é a destruição de Israel que, por seu caráter de enclave colonial, usurpador da terra palestina, e de estado policial do imperialismo, é a origem permanente dessa situação de conflitos, com métodos cada vez mais cruéis e genocidas. Ou seja, não existe nenhuma possibilidade de que o povo palestino conquiste a libertação de sua terra e de que haja paz na região sem expulsar o invasor sionista. Da mesma forma que não existia alternativa a não ser destruir o “estado do apartheid” na África do Sul ou liquidar o estado nazista na Europa, durante a II Guerra Mundial.

Por isso, reivindicamos a consigna de fundação da OLP, hoje abandonada pela grande maioria das organizações da esquerda, de lutar por uma Pales­tina Laica, Democrática e Não Racista, na qual possam conviver em paz os palestinos e os judeus que estejam dispostos a fazê-lo e à qual possam retornar os milhões de refugiados e emigrados palestinos, expulsos por Israel desde 1948.

No entanto, repetimos, esta Palestina não será conquistada sem a prévia destruição do Estado de Israel. Uma tarefa cada vez mais presente e possível, como demonstram a derrota do exército sionista no Líbano e a ruptura do bloqueio contra Gaza, além da crescente crise política dentro do próprio Estado de Israel e a deterioração da política imperialista para o conjunto de Oriente Médio. A vitória é possível, mas deverá contar com a unidade das massas palestinas e do conjunto dos povos árabes, além da existência de uma direção disposta a levar a luta até o fim.

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