Os trabalhadores e as massas, longe de saírem de cena , como muitos disseram na década de 1990, são hoje um dos principais pólos da situação mundial. Suas lutas se mostram capaz de enfraquecer o imperialismo, derrubar governos e conquistar triunfos.
Sem dúvida, todo o heroísmo e a combatividade das massas não podem por si só derrotar definitivamente o capitalismo imperialista e iniciar a marcha até o socialismo se não existir uma direcão revolucionária internacional que, de modo consciente, esteja disposta a encabeçar essa luta até o final.
Sem essa vitória definitiva, todas as conquistas terminam sendo temporárias e frágeis e o capitalismo volta a se revitalizar com a sua mão militar, ou com a cumplicidade das direções traidoras do movimento de massas. Por exemplo: a jornada de oito horas, conquistada com duras lutas na primeira metade do século 20, hoje se encontra perdida de fato ou de direito na maioria dos países. Também foi perdida uma grande conquista que havia sido a expropriação da burguesia em um terço da humanidade.
Por isso, construir essa direção revolucionária é a principal tarefa dos trabalhadores e das massas do mundo. Tal como dizia Leon Trotsky, no programa de fundação da IV Internacional: a crise da humanidade é a crise de sua direcão revolucionária.
Nesse sentido, a derrota do aparato stalinista mundial, dirigido pela burocracia soviética, no final da década de 1980 e início de 1990, representou um fato muito positivo, pois eliminou o mais poderoso e eficaz auxiliar do imperialismo na sua tarefa de derrotar, frear ou congelar as revoluções mundiais. Ao desaparecer esse aparato contra-revolucionário, a tarefa de construção de uma direcão revolucionária mundial ganha mais terreno e força do que no passado.
Mas isso não significa, como vimos, que não surjam novos obstáculos, como o chavismo ou as correntes frente populistas, dispostas a desviar as lutas das massas e salvar o capitalismo. Todavia, estas correntes (indiscutivelmente mais fortes que as organizações revolucionárias) são vistas numa perspectiva histórica como muito mais frágeis do que o velho aparato stalinista mundial.
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