A eleição é um jogo viciado, totalmente controlado pela burguesia e seus políticos corruptos. São eles que controlam o Estado, detêm o poder econômico e o controle sobre os meios de comunicação (rádios, TVs, jornais etc.). Empresários e banqueiros irão financiar as campanhas dos seus candidatos. Depois de cada eleição, cobram a fatura.

O regime vive do engano. Os políticos burgueses nunca falam o que pensam, mas o que as massas querem ouvir (que lhes é dito por marqueteiros, pagos com o dinheiro da corrupção). Os picaretas do Congresso, governo e oposição de direita enganam o povo, para que os brasileiros voltem a ter a ilusão de que podem decidir e mudar suas vidas pelo voto, elegendo seus candidatos.

A eleição de Lula em 2002 foi a materialização de um sonho reformista, de mudar o país pelas eleições, alimentado por mais de 20 anos. Para a burguesia, outra grave conseqüência dos acontecimentos de 2005 foi o aprofundamento da crise da democracia burguesa, com o desgaste de Lula e do PT. O regime continua tendo força suficiente para canalizar a crise pelas eleições, mas a grande esperança de mudar o país pelo voto com a eleição de Lula foi detonada. Lula pode até ganhar as próximas eleições, mas não será o condutor de um sonho, e sim alguém em quem se vota com o nariz tapado.

Crise histórica
Nunca, desde o processo de redemocratização do país em 1985, houve tamanha desmoralização das instituições fundamentais do Estado burguês, como governo, Congresso, Justiça e os partidos tradicionais. As massas trabalhadoras passaram a ver que entre o PT e a oposição burguesa não há diferenças e enxergam a maioria dos políticos como ladrões.

Isso representou um grande avanço na consciência dos trabalhadores. Aprofundar essa experiência ainda é uma das principais tarefas da esquerda revolucionária brasileira. É importante explicar que esse regime é uma ditadura da minoria (empresários, banqueiros e latifundiários) contra a maioria (os jovens e trabalhadores da cidade e do campo), e que só a luta direta pode mudar a vida.

Contudo, mesmo com a democracia enfraquecida, ao não surgirem lutas sociais e grandes mobilizações de massas que apontassem para uma saída por fora da democracia dos ricos, PT e PSDB/PFL estão conseguindo salvar o regime, conduzindo a insatisfação de milhões por dentro da própria democracia burguesa, pela via morta das eleições.

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