Luiz Carlos Prates (Mancha), de São José dos Campos (SP)

Neste 1º de maio os trabalhadores em todo o mundo enfrentam uma pandemia que já deixou mais de 3 milhões de mortos. O aprofundamento da crise econômica descarrega nas costas dos trabalhadores todo o ônus. Aumenta o desemprego, a miséria e a exploração, fábricas fecham. Apesar da pandemia e das limitações impostas aos trabalhadores, eles têm resistido em todo o mundo.

1º de maio de tradição e luta

O 1º de maio é uma data histórica da classe trabalhadora. Marca uma grande manifestação realizada em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886. Na época, a polícia norte-americana, instrumento feroz do patronato contra a organização dos trabalhadores, reprimiu brutalmente a manifestação. Até hoje o número de mortos nunca pôde ser apurado, muitos foram enterrados clandestinamente. Em 1890, a Internacional Socialista instituiu a data como Dia Internacional do Proletariado, adotando como programa fundamental a luta pela jornada diária de oito horas.

Ao longo dos anos, os patrões e governos sempre tentaram desvirtuar a data como o “dia do trabalho”, tentando apresentá-la como dia de confraternização e conciliação entre o capital e o trabalho. Nos EUA até hoje a data não é comemorada, sequer é feriado.

Participe

CSP-Conlutas e Intersindical convocam ato virtual classista e internacionalista

Com a impossibilidade de aglomerações em razão da pandemia, as centrais sindicais CSP-Conlutas e Intersindical (Instrumento de Lutas da Classe Trabalhadora) vão manter a tradição do 1º. de maio fazendo um ato virtual contra o governo Bolsonaro, responsável pelo genocídio que ocorre no país.

Vamos exigir “Fora Bolsonaro e seu governo da fome”, além de auxílio emergencial de R$ 600,00, quebra das patentes e vacinação para todos já, bem como lockdown para conter a disseminação do coronavírus. Também vamos defender a preparação de uma greve geral sanitária no país.

O ato também denunciará o papel da maioria das centrais sindicais de desvirtuar o caráter classista da data. E servirá de ressonância para as lutas que estão ocorrendo no país, como as das mulheres operárias da LG, 3C, Blue Tech, Sun Tech, dos petroleiros,  dos trabalhadores dos correios, bancários, contra as privatizações e do funcionalismo público contra a reforma administrativa.

Participarão centenas de entidades sindicais, organizações populares, da juventude e de luta contra as opressões,

Não perca!

Ato virtual às 11 horas. Acompanhe pelas redes sociais do PSTU.

Não somos massa de manobra

CUT, CTB, Força Sindical e demais centrais promovem conciliação de classe

As demais centrais sindicais resolveram fazer uma live no 1º de maio, chamada por elas de ato unitário, e convidaram os presidentes da Câmara, do Senado, do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e partidos políticos como o DEM, o PSDB,  que dividirão o ato com o PT, PCdoB, PSOL e o ex-presidente FHC.

Dessa maneira, jogam fora a tradição de luta deste 1º. de maio e comprometem a independência dos trabalhadores com seus inimigos em nome de uma “união nacional”. Sob o pretexto de isolar Bolsonaro, colocam no mesmo palanque trabalhadores e seus algozes. Aliás, foram esses políticos e seus partidos que aprovaram (e ainda estão votando) as reformas trabalhista e previdenciária, as privatizações e a liberação da compra de vacinas para o setor privado.

Querem colocar os professores que lutam pela defesa de suas vidas junto com os governadores que, como Doria, querem a todo custo abrir as escolas no pior momento da pandemia.

Querem fazer uma frente ampla contra Bolsonaro com aqueles que apoiaram e executaram os ataques aos nossos direitos. Rodrigo Maia, convidado ilustre do ato, segurou mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro.

Este não é o nosso 1º. de maio. Um dia de luta dos trabalhadores não pode promover a conciliação e união com os patrões e suas organizações e ser joguete para fins políticos eleitorais. Mas os ativistas têm uma alternativa para manter acesa a chama da independência dos trabalhadores, divulgando, participando do ato convocado pela CSP-Conlutas e Intersindical. Não podemos subordinar as nossas lutas ao calendário eleitoral. de 2022 . Fora Bolsonaro e Mourão! Viva o primeiro de maio da classe trabalhadora!