CSP Conlutas
Central Sindical e Popular
A capital do Maranhão, São Luís, foi o local escolhido para a realização da 2ª Plenária Operária e Popular da CSP-Conlutas, nos próximos dias 19 e 20 de agosto. A atividade acontecerá na UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e pretende reunir novamente, a exemplo da atividade já realizada em São Paulo este ano, centenas de trabalhadores e ativistas dos movimentos operário e popular.
O objetivo da plenária é debater e organizar as lutas dos vários setores do movimento nas regiões Norte e Nordeste e preparar a participação no 3º Congresso da CSP-Conlutas, que acontecerá em outubro.
A expectativa é a realização de um grande encontro com a participação de ativistas e lutadores da região, que é marcada por várias lutas e conflitos no campo e na cidade, e por combativos movimentos sociais. Estarão presentes organizações como o Moquibom (Movimento Quilombola do Maranhão), o Quilombo Urbano, entre outras.
“Queremos reunir as lideranças e os ativistas da luta popular e operária do Norte e Nordeste. Vamos juntar os indígenas, em especial os Gamelas que lutam pelo seu território e sofreram um brutal ataque no mês de maio; os quilombolas, que protagonizam uma das mais bonitas lutas de resistência negra e por território, enfrentando jagunços, pistoleiros e os supostos donos das terras; o Quilombo Urbano, do movimento hip hop que organiza a juventude negra e pobre da periferia de São Luis“, explicou Wagner Silva, do Movimento Quilombo Raça e Classe e integrante do setorial do Campo da CSP-Conlutas.
“Queremos também a presença das mulheres negras, em particular o movimento Preta Anastácia, que resiste nas periferias, organizando as mulheres jovens, contra a violência, o machismo, o feminicídio e pela auto-estima da mulher negra na luta por direitos”, disse também Cláudia Durans, que é professora e também militante do Movimento Quilombo Raça e Classe.
Representantes de comunidades da zona rural de São Luis também deverão estar presentes. Na região, acontece uma forte luta de famílias contra o avanço de indústrias poluidoras que querem desalojar comunidades centenárias.
Sindicatos filiados à CSP-Conlutas, como a Apruma – seção do Andes/SN, o Sinasefe e do judiciário federal também estão na organização da atividade. Lideranças como o indígena Inaldo Gamela (vídeo abaixo) e o seringueiro Osmarino Amâncio estarão presentes e o objetivo é ter a presença também dos operários(as) da construção civil de Fortaleza (CE) e Belém (PA).
Reforçar o caráter operário e popular da Central
Wagner Silva destaca a importância da atividade não só no fortalecimento das lutas na região, mas também para a consolidação do caráter operário e popular da CSP-Conlutas.
“Temos aqui no Maranhão importantes lutas do cenário nacional, como a luta dos gamelas e dos quilombolas, por exemplo, que passam por fora dos tradicionais aparatos sindicais e expressam a diversidade das lutas dos trabalhadores e do povo pobre e oprimido do país. A CSP-Conlutas tem tido intervenção nesses espaços o que reforça a concepção de central que queremos construir, operária e popular“, disse Wagner.
Esquenta para o 3º Congresso da CSP-Conlutas
Wagner destacou ainda que a atividade terá um caráter de “esquenta” para o 3º Congresso da CSP-Conlutas. A exemplo da 1ª Plenária Operária e Popular, realizada em São Paulo, o objetivo também é elaborar um manifesto para ser levado ao Congresso da Central, que acontecerá em outubro.
Em São Paulo, no dia 8 de junho deste ano, cerca de 150 ativistas, de 50 organizações dos movimentos sindical, popular e de luta contra as opressões, participaram da plenária e debateram as lutas e a necessidade da unidade entre os vários segmentos da classe trabalhadora contra os ataques dos governos. Ao final, foi elaborado um Manifesto que chama à construção do 3º Congresso da CSP-Conlutas e defende o fortalecimento do seu caráter operário e popular e de independência de classe.