Redação

Ativista está há um mês desaparecido após ser detido pela polícia na repressão contra os mapuches

No dia 1º de agosto, indígenas da etnia mapuche realizaram uma manifestação pela demarcação das terras na província de Chubut, sul da Argentina. O protesto foi violentamente reprimido pela polícia e desde esse dia o jovem ativista Santiago Maldonado está desaparecido após ter sido detido pela repressão.

Os mapuche reivindicam as terras cuja propriedade é, desde 2015, do empresário italiano Luciano Benetton, dono da grife que se tornou mundialmente conhecida pelo patrocínio na Fórmula 1. Na repressão ao protesto, o acampamento mapuche foi destruído, e os pertences e barracos dos indígenas queimados pela polícia.

Maldonado é um desaparecido político do governo Macri, o governo que assumiu em 2015 e que leva a cabo uma série de ataques neoliberais contra os trabalhadores e o povo pobre do país. É ainda um desaparecido político em plena “democracia”, no país em que foram assassinadas 30 mil pessoas durante o regime militar (1966-1973).

O governo Macri, por sua vez, afirma não existir provas de que o jovem esteve no local dos acontecimentos, nem que tenha sido detido pela polícia. Uma posição cínica de lavar as mãos diante do caso, já que foi o próprio governo quem acionou a polícia para reprimir os mapuches.

Pela aparição com vida de Santiago
O movimento exigindo a aparição de vida de Santiago ganhou o país. Protestos, declarações públicas de grupos de rock, e até times de futebol exibem faixas com a reivindicação. Além da aparição de Santiago, o movimento exige a demissão da ministra de Segurança do país, Patricia Bullrich.

Neste 1º de setembro ocorreu uma grande manifestação na Praça de Maio, em Buenos Aires, pela aparição de Santiago e contra o governo Macri. Mais uma vez, a polícia reprimiu o ato.

Temos que exigir que os sindicatos tomem a campanha nacional e internacional que já começou: juntando assinaturas, pronunciamentos, realizando pichações e colagens de cartazes, organizando comitês nos lugares de trabalho para continuar a campanha até que Santiago apareça“, afirma nota do PSTU, seção da LIT-QI no país. “Basta de trégua com o governo Macri, os sindicatos tem que ir à greve“.