Vera Lúcia, de Aracaju (SE)

Vera, ex-candidata à Presidência pelo PSTU

O PSTU se solidariza e exalta a bravura dos trabalhadores dos Correios, que responderam com uma greve nacional de adesão extraordinária aos ataques do governo Bolsonaro e do presidente da empresa, testa de ferro do governo. Esses daí têm dois objetivos: primeiro, vender os Correios. Segundo, para vender, precisa destruir os direitos e demitir uma parte dos trabalhadores. E assim, entregar a empresa “enxuta” à iniciativa privada. Uma velha cartilha seguida à risca por todos os governos nas privatizações das empresas públicas e estatais.

A primeira coisa a ser feita – para defender os trabalhadores e evitar a privatização – é buscar em primeiro lugar a unidade dos trabalhadores. E nisso, a atitude dos dirigentes ligados à CSP-Conlutas foi exemplar, veja este vídeo de Geraldo Rodrigues, trabalhador da ECT, dirigente da CSP e militante do PSTU:

Mas essa luta não é somente dos trabalhadores dos Correios, é do conjunto dos trabalhadores, prioritariamente dos que trabalham nas estatais e empresas públicas que estão todas postas à venda pelo presidente com o apoio da maioria do Congresso Nacional. Por isso, somente a luta unificada pode derrotar o projeto de Bolsonaro-Mourão-Guedes, de entrega do patrimônio e riquezas do país às grandes empresas nacionais e internacionais para solucionar a crise econômica capitalista.

A vitória da greve dos Correios depende da unidade dos trabalhadores da Petrobrás e da Eletrobrás.  Essas categorias nacionais podem envolver, impulsionar e fortalecer a organização dos demais setores que estão em pé de guerra com o presidente Bolsonaro e com os governos estaduais, que também estão privatizando, retirando direitos e ameaçando o emprego dos trabalhadores.

Os petroleiros é quem tem mais condição de unidade de ação com os caminhoneiros, que juntos aos trabalhadores dos Correios e da Eletrobrás, podem derrotar o projeto de privatização. Inclusive, a luta pela diminuição dos preços dos combustíveis passa necessariamente por uma luta unificada dos caminhoneiros com petroleiros.

Essa unidade deve está acima dos interesses privados das burocracias sindicais. As direções devem ser impulsionadas, e se for o caso, arrastadas pelas bases.

Nesse momento, aceitar o fechamento do acordo salarial, que é muitíssimo importante para os trabalhadores, sem travar em primeira mão luta para derrotar o governo – e derrotar o governo é impedir a privatização das estatais – será um erro gravíssimo. Porque nada garante que o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) não seja rebaixado depois e que venham demissões. E mais grave ainda é dizer aos trabalhadores que a tarefa colocada é derrotar Bolsonaro só nas próximas eleições.

Então, o que está em curso nessa greve iniciada pelos trabalhadores dos Correios é uma luta pelo emprego e pela manutenção dos direitos adquiridos nas lutas passadas. E tudo isso depende da luta em defesa das estatais, e, portanto, uma luta pela soberania nacional. Todas essas lutas são econômicas, mas são acima de tudo, política. E a vitória depende da derrota do governo.

Uma medida muito importante é que todas as decisões sejam tomadas nas assembleias. Que as assembleias sejam massivas. E buscar imediatamente, a unidade com as demais categorias para que entrem na greve. E as categorias, devem se espelhar nos trabalhadores dos Correios e entrarem em greve o mais rápido possível. Uma vez entrando em greve, só saírem delas juntos. Esse será o grande exercício da democracia operária.