Wilson Honório da Silva, da Secretaria Nacional de Formação do PSTU

Bolsonaro determinou que sejam feitas comemorações em unidades militares no dia 31 de março, data em que teve início a ditadura militar no Brasil. Em qualquer outro país da América do Sul, como Chile, Argentina ou Uruguai isso provocaria uma enorme onda de indignação na população.

A maioria da população do país não conhece os crimes daquele período, pois as elites e governos, inclusive os do PT, se recusaram a abrir os arquivos da ditadura. Mas é possível ver vários filmes que mostram o horror do regime militar. A maioria está disponível na internet.  Conheça alguns deles:

Cabra marcado para morrer (Eduardo Coutinho, 1984): 

Em 1964, Coutinho estava rodando um documentário sobre o assassinato, dois anos antes, de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas, quando foi interrompido pelo golpe e a prisão de vários membros da equipe. O trabalho foi retomado 17 anos, quando o regime já capengava, mesclando o que já havia registrado com a vida dos personagens durante aquelas duas décadas.  Assista: https://youtu.be/HGSRLIs8BGw

Cidadão Boilesen (Chaim Litewski, 2009):

O documentário escancara as ligações de Henning Albert Boilesen (1916-1971), presidente do grupo Ultra (Ultragaz), com a ditadura militar e seu apoio financeiro, como de muitos outros empresários, à repressão e à tortura, particularmente através da criação da Operação Bandeirante (OBAN), o embrião do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações-Coordenação de Defesa Interna). Assista: https://youtu.be/yGxIA90xXeY

Eles não usam black-tie (Leon Hirszman, 1980):

O filme narra os conflitos vividos em uma família de operários do ABC paulista, no momento em que eclode uma greve metalúrgica. Destaque para Gianfrancesco Guarnieri, autor da peça no qual o filme se inspirou, que vive um velho militante sindical que passou três anos na cadeia durante a ditadura. Assista: https://youtu.be/Uzl2K1bDRog

Jango (Silvio Tendler, 1984):

O filme refaz a trajetória política de João Goulart, deposto pelo golpe militar. O documentário captura a efervescência política durante a década de 1960. Mostra, também, como o golpe foi tramado por parte da cúpula das Forças Armadas com empresários, políticos civis e a embaixada dos EUA. Assista: https://youtu.be/SaU6pIBv9f4

Pastor Claudio (Beth Formaggini, 2018):

O filme é uma conversa entre o psicólogo Eduardo Passos e Cláudio Guerra, um pastor que foi delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e responsável por vários assassinatos, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres de militantes, a serviço da ditadura. Em exibição nos cinemas

Pra Frente, Brasil (Roberto Farias, 1982):

Um dos primeiros filmes de ficção que tratou abertamente da tortura, contando a história de Jofre, um trabalhador de classe média sem ligação com a militância política, que acaba sendo confundido com um “subversivo”, preso e submetido a inúmeras sessões de tortura, enquanto o país comemorava a vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970 aos gritos de “Pra frente, Brasil!”. Assista: https://youtu.be/rzj1_bD3BDI

Que Bom Te Ver Viva (Lúcia Murat, 1989):

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ex-presas políticas da ditadura dão comoventes depoimentos sobre como puderam sobreviver às torturas e prisões. O filme intercala cenas documentais com um monólogo ficcional (interpretado por Irene Ravache), baseado nos relatos e memórias dessas corajosas mulheres. Assista: https://youtu.be/O8X20TTQNtA

 Soldados do Araguaia (Belisario Franca, 2018):

Durante a ditadura militar, um grupo de soldados de baixa patente foi enviado para a Amazônia a fim de exterminar a chamada Guerrilha do Araguaia. Depois de 40 anos, os sobreviventes desta missão relatam as torturas e prisões que sofreram nas mãos de seus comandantes.

Assista: https://www.videocamp.com/pt/movies/soldados-do-araguaia-2017

O dia que durou 21 anos (Camilo Tavares, 2012):

Inicialmente, o filme foi concebido para contar a história do pai do diretor, o jornalista Flávio Tavares, militante da oposição ao regime militar de 1964. Porém, ao ter notícia da existência de um fabuloso acervo documental sobre a deposição do presidente João Goulart que os Estados Unidos vêm franqueando ao público desde os anos 1970, Camilo Tavares mudou seus planos e decidiu abordar a participação do governo norte-americano na conspiração que resultou em uma ditadura de 21 anos (1964 a 1985) no Brasil.

Assista: https://youtu.be/RVnf3Ap7guQ

Batismo de Sangue (Helvécio Ratton, 2007): 

Um dos filmes mais fortes sobre o período da ditadura, “Batismo de Sangue” foi inspirado no livro de mesmo nome escrito por Frei Betto. O longa conta a história real dos frades dominicanos Tito, Oswaldo, Fernando, Ivo e Betto. Eles ajudavam a Ação Libertadora Nacional (ALN), liderada por Carlos Marighella, que lutava contra o regime militar. As cenas de tortura são retratadas de forma crua e realista, mostrando como os presos eram brutalmente torturados durante interrogatórios. Além disso, o filme também retrata os efeitos psicológicos causados pelo terror vivido durante as torturas, como a depressão e o suicídio.

Assista: https://youtu.be/V4CXqBGir1Q