Representação, protocolado no Ministério Público do Rio Grande do Sul, também é assinada por Hertz Dias, vice na chapa do PSTU

Vera, pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU, e Hertz Dia, pré-candidato a vice-presidente, protocolaram, na tarde desta terça-feira, 14, uma representação junto ao Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, da Saúde e da Proteção Social do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra o General Mourão, pré-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), por crime de racismo.

Fundamentada nos artigos 5º, inciso XLII da Constituição Federal, e nos artigos 1º e 20º da Lei Federal no 7. 716/1989, a representação requer a apuração de crime de racismo pelas palavras proferidas pelo General durante atividade em reunião na Câmara de Indústria e Comércio (CIC) no município de Caxias do Sul (RS): “o brasileiro herdou a ‘indolência’ do índio e a ‘malandragem’ do negro”.

Repudiamos a fala do General. Esse tipo de postura reforça o preconceito, o racismo e a injustiça contra os indígenas e o povo negro. Seu comentário demonstra que, assim como Bolsonaro, Mourão não conhece a história do Brasil. Temos uma dívida histórica com os índios e com os negros escravizados. A fala do General é racista e demonstra preconceito étnico. Exigimos apuração e que sejam tomadas as providências cabíveis”, afirma Vera.

Hertz Dias destaca que o “racismo mata. A materialização desse preconceito é o genocídio negro que acontece em nosso país. Chamar de malandro aqueles que foram escravizados durante 350 anos e que até hoje são os responsáveis pela produção da riqueza do Brasil é racismo. E racismo é crime.  Reproduzir o discurso da indolência indígena é pactuar com o extermínio praticado pelos colonizadores europeus. Não podemos mais aceitar esse tipo de postura, ainda mais de uma pessoa que pretende ser vice-presidente do Brasil. Basta”.