Redação

Ato realizado hoje em frente à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na cidade de Volta Redonda (RJ), lembra o assassinato de três operários – William, Valmir e Barroso, pelas forças militares durante a greve de 1988, que entrou para a história do movimento operário do país.

A militância do PSTU, da Oposição Metalúrgica do Sul Fluminense, da CSP-Conlutas e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região estiveram presentes nesta atividades organizadas pelo Fórum de Lutas do Sul Fluminense.

A delegação do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região distribuiu um jornal especial sobre a greve de 1988. Agora à tarde, haverá um ato político com a participação de entidades sindicais e organizações de esquerda.

Greve de 1988

Em novembro de 1988, cerca de 10 mil trabalhadores da CSN cruzaram os braços, com uma extensa pauta de reivindicações, incluindo reajuste salarial, redução da jornada (turno de 6h) e recontratação de militantes que haviam sido demitidos. Foram 17 dias de paralisação, com ocupação da usina.

Como herança deixada pelo governo militar, encerrado em 1985, tropas do Exército tomaram a cidade de Volta Redonda e invadiram a CSN para forçar a saída dos grevistas. No dia 9, os metalúrgicos Carlos Augusto Barroso, com 19 anos, Valmir Freitas Monteiro, 27, e William Fernandes Leite, 22, foram mortos. Outros 40 trabalhadores ficaram feridos.

Apesar da truculência militar, os metalúrgicos resistiram e só encerraram a greve, no dia 24, depois que os homens do Exército saíram da usina e as reivindicações da categoria foram atendidas.

“Aquela foi uma luta que deixou marcas no movimento sindical. Os metalúrgicos assassinados na CSN representam todos os trabalhadores que lutam por seus direitos e enfrentam a repressão que ainda hoje está presente nas fábricas. Neste momento em que o governo Bolsonaro faz apologia à ditadura e tenta acabar com direitos trabalhistas, é preciso retomar a história desses companheiros brutalmente mortos por forças militares”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves, militante do PSTU.

*Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (SP)