Direção Nacional do PSTU
Comitê Executivo do PSTU
Faleceu nesta noite de 5 de dezembro, aos quase 61 anos (faria 61 em 13 de dezembro), Paulo Aguena, o Catatau, que dedicou a maior parte de sua vida política à militância nas fileiras do nosso Partido, o PSTU, e da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI).
Reivindicou-se um trotskysta e um morenista a vida inteira. Em 2016, Catatau se separou do PSTU e, com outros companheiros, conformou outra organização, hoje a Resistencia-PSOL, na qual militou durante esses últimos anos.
Em 1979, na Universidade Federal de São Carlos, como estudante de Engenharia de Produção, entrou para a Convergência Socialista (CS). Estreou no movimento estudantil naquele momento de efervescência e lutas contra a ditadura militar.
Entrou em uma organização revolucionária jovem e ousada, disposta a fincar o pé no movimento operário, sob as orientações de Nahuel Moreno e da Fração Bolchevique. A Convergência Socialista teve sua direção presa em 1978 e sua primeira crise mais importante em 1979.
Cata foi chamado bem cedo a cumprir um papel de dirigente nacional.
Fez parte da linha de frente em diferentes momentos da construção e da inserção da então Convergência Socialista no movimento operário, na participação de inúmeras greves e combates, na conquista e participação em sindicatos e construção de oposições sindicais, ajudando a ganhar e organizar no partido parte do melhor da vanguarda operária.
Atuou em diversos momentos em diferentes regionais. Na Baixada Santista, na construção civil; depois em Minas Gerais, com os metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem e com os demais trabalhos operários ligados à Federação Democrática dos Metalúrgicos de MG; no ABC Paulista nos anos 1990; no Rio de Janeiro; e, por fim, em São José dos Campos(SP).
Com a crise da LIT em 1990, quando o nosso principal partido, o MAS da Argentina, sofreu inúmeras rupturas e o PSTU brasileiro se viu obrigado a cumprir um papel maior na reconstrução da Internacional, Catatau foi chamado novamente a cumprir, com outros novos companheiros, um papel central no Executivo Nacional da CS, que logo seria expulsa do PT após o Fora Collor, conformaria a Frente Revolucionária e fundaria o PSTU em junho de 1994.
Neste período, Catatau ajudou a reorganizar e reconstruir a juventude do PSTU, que, junto com a UNE, e contra o PT, dirigiu as mobilizações pelo Fora Collor.
Militante internacionalista, ele foi parte da direção da LIT, inclusive morou fora do Brasil e ajudou na construção de outras organizações revolucionárias.
Catatau foi anistiado pela CS, como ativista da Construção Civil de Cubatão (SP).
Diferenças políticas importantes e estratégicas sobre a relação dos revolucionários com as eleições burguesas e com o reformismo, após amplo e democrático debate interno, levaram à sua ruptura com o PSTU e com a LIT, junto com outros companheiros; que posteriormente formaram a Resistência e entraram no PSOL.
Em que pese que nossos caminhos se separaram e as diferenças estratégicas, e principistas até, que desenvolvemos; e que nos levaram à construção de organizações bastante diferentes nos últimos anos; reconhecemos, reivindicamos e homenageamos Catatau como um militante trotskysta, morenista, socialista, capaz, abnegado, grande organizador, que sempre carregou grande paixão e ousadia no que se propôs a fazer, de quem sentiremos muita falta, como amigo de muitos de nós que continuava sendo, e como alguém que carregou junto conosco uma grande parte da nossa história.
Nos despedimos do Catatau com essa pequena homenagem, e prestamos nossa solidariedade à sua companheira Mariana, aos seus filhos e todos seus familiares, bem como aos militantes da Resistência.
Catatau (Paulo Aguena), presente!
PSTU – 06/12/2022
Velório
12 às 16 horas
Sindicato dos Metroviários de São Paulo
Rua Serra de Japi, 31. Tatuapé.
Cerimônia de Cremação
Cemitério da Vila Alpina
Rua Francisco Falconi 837.