Foto Roosevelt Cassio/SindmetalSJC
Redação

A coordenação da Frente Fora Bolsonaro que reúne sindicatos, movimentos, partidos e entidades de classe se reuniu na manhã desta terça-feira e definiu o 24 de julho como a data do próximo dia nacional de manifestações. Além disso, foi aprovada indicar às centrais sindicais a organização de uma greve geral sanitária, a fim de fortalecer a luta pela derrubada do governo, tema defendido há muito pela CSP-Conlutas e partidos como o próprio PSTU.

Além da continuidade da mobilização, se conformou um consenso em torno da proposta que temos insistido muito: que é necessária a realização de uma greve geral para defender a vida das pessoas e colocar a classe trabalhadora na luta, com seus métodos, elevando esse processo de mobilização num grau superior“, relata Zé Maria, da direção nacional do PSTU, presente na reunião.

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Crescimento da mobilização

Na avaliação dos dias de luta anteriores, o 29 de maio e o 19 de junho, constatou-se na reunião um crescimento significativo da mobilização. Pelo levantamento da coordenação, o 29M contou com 227 atos em 210 cidades pelo país, além de 14 manifestações no exterior. Já no dia 19 de junho ocorreram 427 protestos em 366 cidades e 42 manifestações no exterior. O número de pessoas nas ruas passou de 420 para 750 mil.

Esse crescimento da luta incidiu sobre o governo, haja visto o descontrole de Bolsonaro contra a repórter do Vale do Paraíba, e a resposta do presidente da Câmara“, avalia Zé Maria. O tema ganhou mais espaço na imprensa, mas, principalmente, “incidiu sobre a própria classe trabalhadora, torna o tema do Fora Bolsonaro mais presente nas conversas entre os trabalhadores“, diz.

Próximos passos

Após uma ampla discussão, foi definido o 24 de julho como novo dia nacional de lutas. No entanto, “tão ou mais importante que a ampliação dos atos de rua foi a proposta aprovada de indicar às centrais sindicais que discutam e definam a data para a realização de uma greve geral sanitária, que possa, junto às manifestações, parar as fábricas e grandes empresas, para golpear o governo com mais força, ressaltando que esta tarefa é também dos partidos e demais organizações ali presentes, não somente às centrais sindicais”, relata Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Ainda que os atos sejam importantes, não geram mudanças qualitativas, já que não geram a força suficiente para botar pra fora esse governo ou sequer paralisá-lo“, defende o presidente do PSTU. “Poucos dias depois do 19J, por exemplo, foi aprovada a venda da Eletrobrás, então, é fundamental que a classe trabalhadora entre nesse processo através da greve geral, elevando a luta para outro patamar, e para isso, é preciso que, principalmente, as centrais sindicais marquem uma data e construam esse processo“, defende.

No próximo dia 1º de julho ocorre a 5ª  Plenária Nacional das Lutas Populares, que deve servir para organizar o dia 24 e os próximos passos da mobilização.