ES: Pré-candidato da esquerda ao governo, Capitão Sousa, é ameaçado de morte

Vinicius Sousa é militante da Revolução Brasileira e pré-candidato ao governo do ES pelo PSTU

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Redação

PSTU-Espírito Santo

No último final de semana fomos surpreendidos com a sórdida notícia de que estava hospedado num site de arrecadação coletiva uma campanha de doações denominada “Arma para matar o Vinícius Sousa”. Uma clara ameaça ao pré-candidato ao governo do Espírito Santo pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado.

Nosso partido repudia toda e qualquer ameaça à vida e às liberdades democráticas, em especial, às candidaturas da esquerda, que têm sido alvo do ódio dos setores mais reacionários e ultraconservadores no Brasil presidido pelo protofascista Bolsonaro.

Todas as medidas legais estão sendo tomadas para notificar o site de arrecadação coletiva, que não poderia jamais hospedar uma campanha virtual com vistas a financiar crimes, em especial esse, de caráter político e de ódio, quanto ao TRE no sentido de garantir segurança especial ao candidato do PSTU e do Polo Socialista.

Vinicius Sousa é Capitão da Polícia Militar do Espírito Santo, membro do Movimento Policiais Antifascismo (PAF) e militante da corrente política Revolução Brasileira. Desde maio de 2022, o PSTU capixaba anunciou a pré-candidatura de Vinicius Sousa ao governo pelo PSTU em articulação com a Revolução Brasileira, representando assim o partido e o Polo Socialista nas eleições de outubro. No próximo sábado, 30 de julho, o PSTU-ES fará a convenção partidária que homologará sua candidatura, a única representante da esquerda na disputa pela vaga ao Palácio Anchieta.

Ameaça ocorre num contexto de aumento da violência e polarização das eleições

A ameaça feita ao nosso pré-candidato não é um fato isolado. A campanha à presidência do candidato do PT tem sofrido diversos ataques no último período, desde uso de drones até bombas caseiras. Também o candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, vem sofrendo ameaças e ataques em atividades de rua e nas redes sociais.

O caso mais grave ocorreu na cidade paranaense de Foz do Iguaçu contra Marcelo Arruda, tesoureiro do PT e policial antifascismo, assassinado por um policial apoiador de Bolsonaro em sua festa de aniversário de 50 anos no dia 9 de julho. Até o momento, a investigação da Polícia Civil do Paraná inacreditavelmente concluiu que esse assassinato não teve motivações políticas!

Acreditamos que a candidatura de Vinícius Sousa, um policial de esquerda que se define como um comunista revolucionário e que responde a processos internos na PM por  participações em atos realizados pelo “Fora Bolsonaro!”, deve gerar reações nos setores mais reacionários da direita capixaba, inclusive dentro da própria corporação onde atua. No entanto, assim como a direita tem anunciado candidaturas que nada têm a oferecer ao conjunto dos trabalhadores além de arrocho, superexploração e deterioração das suas condições de vida e renda, nós não baixaremos a guarda e não desistiremos de lançar o capitão da PM na disputa ao governo de nosso estado para defender um programa de caráter verdadeiramente socialista nessas eleições, único capaz de apresentar à sociedade o conjunto de reivindicações de movimentos sociais, sindicatos, trabalhadores organizados, setores da juventude e estudantes. Pois é apenas com o apoio desses setores que teremos a possibilidade de fazer transformações que rompam com a ordem que até aqui excluiu da arena política o povo capixaba em solo espírito-santense.

A necessidade da autodefesa dos trabalhadores

É necessário cobrança das autoridades medidas concretas para identificar e punir os responsáveis por tais ameaças. Plataformas virtuais de arrecadação financeira não podem hospedar campanhas de ódio e ameaça à integridade humana e devem ser punidas ao permitir novas situações como essa. Não podemos, no entanto, cultivar ilusões de que governo e justiça capturados pela classe proprietária organizarão a defesa de candidaturas que buscam romper com a ordem que privilegia esses setores aninhados no Estado.

Agressões e ameaças têm se intensificado nos últimos meses do governo do protofascista Bolsonaro. A política propagada pela esquerda liberal, que se limita a defender o Estado Democrático de Direito e a reforma do sistema, é igualmente insuficiente para avançar as tarefas emancipatórias da classe trabalhadora. Na verdade, vivemos uma ditadura dos ricos, que se alternam no poder a cada quatro anos, mudando seus atores vez por outra sem jamais alterar as relações de poder da classe capitalista sobre os trabalhadores, mantidos sempre em condições miseráveis e de carestia.

É urgente que discutamos em nossos sindicatos, movimentos e organizações políticas a necessidade de termos iniciativas concretas de autodefesa. Não podemos confiar que as instituições de Estado garantam a segurança do conjunto da classe trabalhadora. É importante formar grupos de autodefesa, promover treinamentos e elaborar medidas de controle das polícias e das Forças Armadas.

Urge a desmilitarização das PMs, a garantia de direitos democráticos e de organização política e sindical dessa categoria, o estabelecimento de condições reais para que as comunidades possam eleger delegados e comandantes das instituições policiais e assim exercer o controle sobre a sua atuação.

É preciso que as organizações de esquerda e da classe trabalhadora como um todo reforcem a luta contra o conservadorismo da ultradireita e contra grupos paramilitares fascistóides, bem como contra o atual chefe do Poder Executivo, que incentiva ações violentas e que ensaia já há meses um golpe eleitoral caso não vença as eleições de outubro.

Em defesa das liberdades democráticas e do Socialismo!

Abaixo a repressão e as ameaças! Investigação e punição dos responsáveis!

Pelo direito de auto-organização da classe e de participação nas eleições!