Ato unificado contra o arcabouço e o marco temporal, em SP
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Nesta quarta-feira (5), entidades sindicais, do movimento popular e organizações políticas realizarão um dia luta contra o novo arcabouço fiscal do governo Lula e contra o marco temporal. Vamos às ruas, às fábricas e demais locais de trabalho e estudo para denunciar a gravidade destes ataques em debate no Congresso e exigir que sejam arquivados.

A exigência pela revogação das reformas Trabalhistas, Previdência e do Novo Ensino Médio também estarão entre as bandeiras deste dia de luta.

Em São Paulo, será realizado um ato em frente ao MASP, na Avenida Paulista, a partir das 17 horas.

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Editorial: Contra o arcabouço fiscal de Lula e o Marco Temporal

O arcabouço fiscal de Lula estabelece uma série de novas regras fiscais para gerir as contas públicas, mas mantém a mesma lógica do Teto de Gastos do governo Temer, ou seja, impõe um arrocho que penaliza os gastos e investimentos sociais para garantir o pagamento da fraudulenta Dívida Pública. Com apoio de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, o governo articula a votação do projeto ainda nesta semana, após as modificações ocorridas no texto feitas pelo Senado.

Já o marco temporal é um dos mais graves ataques aos indígenas e ao meio ambiente, pois visa oficializar o roubo dos territórios dos povos originários, abrindo caminho para o genocídio e a destruição ambiental. O tema teve o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) suspenso temporariamente, após o pedido de vista do ministro bolsonarista André Mendonça, no dia 7 de junho; e também tramita no Senado, onde a bancada ruralista tenta aprovar regime de urgência para o projeto.

Independência de classe

A maioria das direções do movimento e das maiores centrais sindicais está calada e inerte diante de tamanhos ataques que ocorrem sob o novo governo de Lula. Mas diversas organizações apontam outro caminho: o da independência de classe em relação a qualquer governo e patrões para poder defender os direitos e reivindicações da classe trabalhadora, o que se faz urgente diante dessas duas medidas.

O novo dia de luta foi definido na segunda plenária sindical e popular realizada no último dia 27 e é convocado pela CSP-Conlutas, Unidade Classista, FNL (Frente Nacional de Luta), Unidos pra Lutar, Fenasps, Sindsef-SP, Sintrajud-SP, Sinsprev-SP, PSTU, PCB, CST, MRT, POR, ART, Socialismo ou Barbárie e Revolução Socialista.

Estamos vendo o governo Lula fazer todo tipo de acordo com o Centrão para aprovar o Arcabouço Fiscal, que é um teto de gastos recauchutado. Mas não há esforço para barrar o Marco Temporal, que a bancada ruralista quer ver aprovado a qualquer custo. É preciso denunciar esses ataques e exigir que o governo e o Congresso arquivem essas medidas”, afirmou o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.

“As plenárias sindicais e populares vêm aglutinando as organizações que sabem que é preciso ter autonomia e independência para defender os interesses dos trabalhadores. Ainda é um processo de vanguarda, mas que tem organizado um importante espaço de resistência e luta, que precisa contar com todo o movimento sindical e popular e as demais centrais sindicais”, afirmou.

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