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PSTU Ceará

PSTU CEARÁ

O PSTU vem expressar sua solidariedade e condolências às vítimas do desastre no Edifício Andréa em Fortaleza e a seus familiares e amigos. O Edifício Andréa desabou na manhã dessa terça-feira (15/10) deixando cerca de 20 vítimas diretas do desastre.

Entre as vítimas, nove já foram resgatadas com vida graças ao trabalho incansável de bombeiros, agentes da defesa civil, e de diversas corporações do estado, alem de voluntários. Duas das vítimas infelizmente foram encontradas sem vida e nove ainda estão sobre os escombros. Torcemos para que o trabalho de resgate possa encontrar o maior número possível de pessoas com vida.

Desabamentos se repetem há anos e Lei de Inspeção Predial não é seguida
Esse não é o primeiro desabamento que acontece em Fortaleza nos últimos anos. Na verdade, só entre janeiro e maio desse ano o número de desabamentos chegou a 142 na capital, um aumento de 246% em relação ao mesmo período do ano passado.

Há apenas quatro meses o edifício Benedito Cunha, no bairro Maraponga, também em Fortaleza, desabou. Felizmente, as 16 famílias que residiam no local puderam se retirar a tempo, mas perderam todos os seus pertences que ficaram soterrados nos escombros. Esses casos foram os de maior repercussão. Mas são rotineiros os desabamentos na cidade, muitos deixando vítimas. A pressa das construtoras em entregar as obras e as tentativas de economizar com material são os principais responsáveis pelos desastres que vitimam operários e moradores.

Desde 2012 existe uma lei municipal em Fortaleza que obriga a prefeitura a realizar inspeções nos prédios da capital. Essa lei, apesar de aprovada em 2012, só foi regulamentada em 2015 quando outro desastre em uma construção deixou dois operários mortos. De 2015 pra cá, nada foi feito pelo prefeito Roberto Claudio (PDT) para a aplicação da lei que visa justamente prevenir desastres como esse.

O prefeito, tentando se isentar da responsabilidade, alegou que os imóveis são privados e que a responsabilidade seria dos proprietários. A prefeitura teria apenas a responsabilidade, segundo ele, de “garantir que essas obras tenham tido as licenças: alvará e Habite-se”. Mas a verdade é que o prédio não tinha nem uma coisa e nem outra e que a devida fiscalização não é realizada porque órgãos como a Defesa Civil e a Agencia de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) estão sucateados e os concursos públicos não atendem a demanda necessária de pessoal para realizar essa tarefa.

É preciso mudar essa lógica de que, pela necessidade de manter um chamado “equilíbrio fiscal”, que na verdade é garantir que não falte dinheiro para pagar a dívida pública aos banqueiros, se faça uma economia burra deixando de investir na preservação da vida e em direitos sociais para a população. Os trabalhadores precisam de um governo socialista que inverta essa lógica, pare de governar pensando em atender as necessidades dos ricos e que utilize os recursos do município e do país a serviço das necessidades da classe trabalhadora e do povo.