14 pessoas morreram e 7 ficaram feridas no desabamento do prédio em Janga, na cidade de Paulista | Foto: SDS/GovPE
PSTU-PE

Cláudia Ribeiro, da direção do PSTU Pernambuco

O desabamento do prédio no bairro do Janga, em Paulista, cidade da Região Metropolitana do Recife, ocorrido no último dia 7, teve como consequência a morte de 14 pessoas, sete feridos e uma vida destruída para muitos moradores do Conjunto Beira-Mar, onde aconteceu a tragédia anunciada.

Como se não bastasse as vidas perdidas, ontem (10/7), foram interditados e desocupados os blocos D-4, D-11, D-12 e D-13 do mesmo conjunto residencial, deixando os moradores sem ter para onde ir com suas famílias.

A maioria que morava no prédio caído e nos interditados eram pessoas que haviam ocupado os apartamento abandonados como a única forma de ter um teto para viver com o mínimo de dignidade.

E essa situação habitacional é muito séria. Em Pernambuco, são mais de 326 mil o déficit habitacional, ou seja, milhares de famílias que não tem uma casa.

É por isso que muitas pessoas estão ocupando os 338 imóveis abandonados em Paulista, Olinda, Recife e Jaboatão, mesmo com o risco do edifício vir a baixo.

As prefeituras jogam a responsabilidade pelas mortes, na prática, sobre os moradores “que ficam em lugares ameaçados”, como afirmou a Defesa Civil de Paulista. O governo de Raquel Lyra (PSDB) sequer se pronunciou ou apresentou qualquer ação para ajudar as pessoas que perderam os parentes e as casas onde moravam, e estão sem nenhuma ajuda para reaver seus bens perdidos e a garantia de um local decente para morar.

Esse descaso dos governos municipais e estadual mostram que eles só dão atenção para as obras das grandes empreiteiras e construtoras como a Moura Dubeux. Para essas empresas todo tipo de apoio logístico, remoções e incentivos fiscais para garantir lucro e a especulação imobiliária.

Raquel Lyra e as prefeituras pouco se importam com a vida da população pobre e trabalhadora que não tem habitação ou perde a vida pelo desabamento.

Medidas urgentes

Exigimos da prefeitura de Paulista e do governo Raquel Lyra medidas urgentes como um auxílio moradia de um salário mínimo; indenização pelos imóveis destruídos ou interditados; reposição de todos os bens perdidos; e indenização para os que perderam parentes.

Além disso, também é preciso desapropriar os imóveis vazios que servem especulação imobiliária e de empresas envolvidas em obras superfaturas e envolvidas em corrupção; fim das isenções fiscais às grandes construtoras; e realizar um plano de obras públicas voltado para construção de moradias populares de qualidade, para zerar o déficit  habitacional.

Para isso, a população e a classe trabalhadora ter que estar mobilizados e devem confiar apenas na sua luta, independente dos governos, para garantir todos as medidas imediatas e necessárias para acabar com tragédias como essas, que vimos este ano no bairro do Janga, em Paulista.