PSTU Ceará

É com imenso pesar que recebemos a notícia do falecimento da companheira Rosa da Fonseca neste 1 de junho, aos 73 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer

A longa trajetória de luta da companheira Rosa Maria da Fonseca se confunde com a história da luta de classes no Ceará, das últimas décadas.

No início da década de 1970, após participar de um debate no meio universitário, onde questionou duramente o ministro da Educação da ditadura militar, Jarbas Passarinho, Rosa foi detida pela Polícia Federal, sendo barbaramente torturada e condenada a dois anos de prisão.

Em meio ao processo de reabertura política e na consolidação do movimento sindical cearense, Rosa desempenhou papel de destaque. Professora linha de frente das lutas, presidiu o Sindiute (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Ceará) e foi a primeira mulher a presidir a CUT Ceará. Também esteve na coordenação da campanha pelo Fora Collor em Fortaleza.

Foi eleita a segunda vereadora mais votada em Fortaleza em 1992, pela legenda do PSB. E, posteriormente, foi candidata ao governo do Ceará pelo PSTU, como parte de uma filiação democrática do PART. Fundou o grupo Crítica Radical, onde militou até seus últimos dias.

Uma lutadora radical incansável

Rosa da Fonseca é exemplo de luta para toda uma geração. Poderia ter se adaptado à burocracia sindical ou mesmo ao parlamentarismo reformista. Mas ela preferiu nadar contra a corrente. Soube manter em sua essência a radicalidade revolucionária antissistema.

Entre convergências e divergências importantes, Rosa era uma das imprescindíveis. Camarada valente e aguerrida, de lutas diversas. Abnegada e com fé inabalável na libertação humana de toda a opressão do capital.

Ao mesmo tempo que era dura com os inimigos de classe, trazia sempre um sorriso afável àqueles de sua classe. Nem os porões da ditadura conseguiram parar essa mulher extraordinária em sua luta incansável.

Rosa da Fonseca, Presente!