Foto UFSC à Esquerda
PSTU Floripa

Uma das formas de o capitalismo exercer opressão e exploração sobre os (as) trabalhadores(as) é o assédio moral, quando um(a) trabalhador(a) sofre um processo constante de desqualificação, hostilização, isolamento e humilhação. O assédio moral é tão violento que leva ao adoecimento físico e psíquico, chegando a situações trágicas onde a pessoa não vê saída que não seja o suicídio.

Uma expressão atual de administração de empresas conhecida como gerencialismo é um exemplo de uma política de gestão que resulta em práticas assediadoras, fazendo com que os(as) trabalhadores(as) sejam forçados(as) a trabalhar cada vez mais com menos recursos, “vestindo a camisa” da empresa. Isso tem levado estes(as) trabalhadores(as) a um alto nível de estresse e competitividade entre si.

Essa também é uma realidade nas instituições públicas, onde os (as) trabalhadores (as) se vêem sem recursos (verbas menores a cada ano, restrição para aquisição de materiais básicos para execução do trabalho e poucas pessoas para realizarem as tarefas) e trabalhando em jornadas cada vez mais exaustivas para tentar dar conta. Essa é uma realidade do conjunto dos (as) trabalhadores (as) da educação, saúde, previdência, bombeiros, etc.

Durante a pandemia do Covid-19 vemos esse processo de exploração avançando cada vez mais! O governo de Bolsonaro tem imposto restrições de verbas à saúde e à educação, num claro projeto de genocídio ao povo pobre e de privatização do sistema de saúde e da educação pública. Isso fez com que os(as) trabalhadores(as) da saúde sofressem, em pleno combate à pandemia, com jornadas exaustivas de trabalho, muitas vezes sem os EPIs adequados, convivendo com a falta de insumos básicos como “kit intubação” (em várias cidades houve escassez da medicação usada para intubar os pacientes), e até falta de oxigênio. Esse cenário fez com que muitos(as) funcionários(as) chamassem os familiares de pacientes para que fizessem ventilação mecânica ou mesmo adquirissem oxigênio de forma particular para que as pessoas que estavam hospitalizadas pudessem sobreviver ao caos instalado na saúde pública.

Recentemente, soubemos de um episódio de assédio moral ocorrido contra um trabalhador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com quem nos solidarizamos, que sofreu uma dura derrota no processo judicial que estava movendo contra a Universidade. O companheiro Fernando Matos foi penalizado por posicionar-se politicamente e reivindicar condições dignas de trabalho, mas infelizmente a justiça burguesa demonstra sempre e cada vez mais seu caráter de defesa de sua classe.
Ao conjunto da classe trabalhadora resta a solidariedade e o caminho da luta!
Não podemos recuar!

É preciso lutar contra todas as formas de opressão e assédio moral, e para isso não podemos perder de vista a necessidade de mudança desse sistema. No capitalismo os trabalhadores e as trabalhadoras serão sempre oprimidos e explorados, esse é o caminho da barbárie! É preciso avançar para a construção de um sistema governado pelo conjunto da classe trabalhadora.