Foto Sinte/RN
PSTU-RN

Os professores e professoras da rede estadual de educação do Rio Grande do Norte deflagraram greve no último dia 3 de março, reivindicando principalmente o pagamento do Piso Salarial Nacional da categoria. Os professores decidiram paralisar as atividades após o Governo do RN descumprir o acordo da greve de 2022 e apresentar uma proposta de parcelamento do reajuste de 2023, de 14,95%, para maio e dezembro, semelhante ao acordo que não foi cumprido, jogando o retroativo para 2024 e parcelado em 8 vezes.

Na prática, o cumprimento do piso salarial vem sendo questionado por governos e prefeituras desde que foi sancionado em 2008. Todos os anos professoras e professores fazem greve, protestam e vão às ruas para ter esse direito plenamente garantido. No Rio Grande do Norte não é diferente. “O que nos diferencia dos demais estados é o fato de a governadora ter sido relatora do piso e supostamente a principal defensora da lei. Fátima Bezerra é professora, mas está pisando nos direitos da categoria. A verdade é que, independentemente de quem está à frente do governo, os trabalhadores devem lutar por seus direitos.”, destaca Luciana Lima, professora e militante do PSTU.

Fátima Bezerra (PT) foi relatora do Piso Salarial dos professores, na época em que era deputada federal, defendia o direito ao piso e o cumprimento da lei por parte dos governos estaduais e municipais. Entretanto, essa história parece ter ficado para trás e manchada pelo descaso da ex-professora. “Hoje, como governadora, Fátima permite que um de seus secretários vá às redes sociais afirmar que o cumprimento do piso inviabilizaria as contas do governo, que se o governo pagar o reajuste do piso aos professores, o governo vai atrasar o salário dos servidores. Pura chantagem e tentativa de jogar os demais servidores contra os trabalhadores em greve. Não vamos aceitar que o governo nos culpe pelo que ele mesmo fez ao estado, beneficiando ricos e poderosos em detrimento dos trabalhadores”, critica Luciana Lima.

Além do governo do Estado, prefeitos do Rio Grande do Norte também estão se movimentando contra o reajuste de 14,95% para professores e professoras. Com o apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e da Federação dos Municípios do RN (Femurn), alguns prefeitos estão se organizando para acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a implantação do novo valor. Mas os próprios trabalhadores já estão dando uma resposta. Professores e professoras de Ceará-Mirim e São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal, também decretaram greve esta semana pelo pagamento do piso salarial. “Além dessas prefeituras, tem também o prefeito de Natal, o bolsonarista Álvaro Dias, que não cumpre o piso da categoria no município desde 2020. É preciso denunciar esses inimigos da educação pública e unificar nossas greves em defesa dos nossos direitos”, defende Luciana.

O PSTU apoia a greve das professoras e professores do Rio Grande do Norte e defende que a governadora Fátima e demais prefeitos cumpram a lei e paguem o direito dos trabalhadores da educação do RN.