Redação

Conforme as delegações de todo o país foram chegando e se acomodando no plenário do clube Guapira, na capital paulista, foi se criando aquela atmosfera da vivacidade da luta dos trabalhadores e dos movimentos populares. Logo no primeiro dia, mais de mil delegados eleitos em assembleias de todo o país já haviam se inscritos, superando as expectativas para este 5º Congresso Nacional da central.

A CSP-Conlutas congrega não apenas a luta dos trabalhadores organizados no movimento sindical, mas também as organizações das lutas por moradia, por terra, dos quilombolas, indígenas e trabalhadores do campo. E também os movimentos estudantis, de juventude, da luta contra o racismo, os movimentos de mulheres, os imigrantes e também as LGBTI’s.

A manhã foi toda dedicada ao debate e aprovação do regimento e da organização dos trabalhos do congresso. Ao contrário das grandes centrais que sobram decisões arbitrárias, no congresso da CSP-Conlutas, tudo é debatido e decidido democraticamente a começar pelo próprio funcionamento do congresso.

Após a pausa do almoço, a saudação das delegações internacionais foi emocionante e mostrou como a luta dos trabalhadores é uma só em todo o mundo. Estiveram presentes nessa saudação representantes de movimentos dos trabalhadores de diversos países como Angola, Argentina, Chile, Espanha, Palestina, Estados Unidos, dentre outros. Este momento culminou com a saudação do mineiro ucraniano Yuri Samoilov, representando a resistência operária contra a invasão russa. Esta é a demonstração de como foram importantes as caravanas que a CSP-Conlutas organizou para levar apoio e solidariedade à classe trabalhadora ucraniana.

A central sempre foi marcada por um forte internacionalismo operário carregando a tradição fundamental de que a luta dos trabalhadores não tem fronteiras nacionais, e se dá contra os mesmos inimigos que são o imperialismo em suas várias facetas, a burguesia mundial e de cada país.

Foi marcante também a entrada da delegação do povo tremembé, guajajara, timbira e diversos outros povos indígenas entoando seus cânticos e rituais.  A luta contra o marco temporal esteve presente e sacudiu o plenário.

Por fim, foram apresentadas as diversas contribuições globais ao debate congressual feita por diversos grupos de ativistas, organizações políticas e movimentos. Todas foram apresentadas democraticamente fortalecendo assim a qualidade do debate e dando munição para que o debate do congresso seja fundamental para a armação da luta dos trabalhadores na base.

O debate foi marcado pela reafirmação da CSP-Conlutas como um central sindical e popular que seguirá sua independência em relação ao governo Lula- Alckimin. E tendo como tarefa central ser um ponto de apoio a luta dos trabalhadores contra os ataques do governo e da ultradireita. Assim como a crítica e luta necessária contra a maior parte das organizações dos trabalhadores que hoje apoiam o governo Lula e acabam por travar a luta, trair o movimento e servir como bucha de canhão para um projeto burguês e contra os trabalhadores.

Assista o que rolou neste primeiro dia

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