Plenária na ocupação Jardim União
Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

A discussão em torno ao Manifesto pela construção do Polo Socialista e Revolucionário vem se ampliando, com atividades realizadas nos estados. Lançado nacionalmente em 7 de outubro, em uma plenária virtual que reuniu mais de 1.400 pessoas de diversas organizações políticas, movimentos sociais (da cidade e do campo) e de lutas contra as opressões, o Manifesto já conta com quase 2.200 assinaturas.

O Polo Socialista e Revolucionário busca reunir todos e todas que seguem sustentando a bandeira do socialismo e da revolução, com independência de classe, pois o socialismo é o enfrentamento direto com a burguesia, bem diferente do projeto de conciliação, defendido pelo PT, pelo PCdoB e pela maioria da direção do PSOL.

As atividades nos estados contribuem para a construção do Polo como um projeto que deve ser construído por todos os que se disponham a ser parte desse processo, em uma discussão plural, coletiva, aberta. Esse caráter de construção coletiva é muito importante, porque significa a integração ativa desses ativistas, não só através de uma assinatura no Manifesto, o que já é importante, mas como parte da formação e desenvolvimento do Polo em todos os sentidos, em particular na discussão programática.

Ocupações populares

Moradores das ocupações Mimax, no Jardim Ângela, e Jardim da União, em Parelheiros, ambas na Zona Sul de São Paulo, se reuniram para debater o Manifesto do Polo Socialista e Revolucionário, nos dias 17 e 24 de outubro, respectivamente.

As plenárias discutiram a necessidade de derrubar o governo genocida de Bolsonaro e Mourão, imediatamente, e de apresentar uma alternativa independente, construída pelos trabalhadores e pelo povo pobre, contra a fome, a carestia, o desemprego e os despejos.

A participação dos ativistas das ocupações e das periferias no Polo Socialista e Revolucionário é parte importante da disputa contra as alternativas burguesas e de conciliação de classe, nos setores mais oprimidos e explorados da classe trabalhadora”, diz Júlia Eid, militante do PSTU da Zona Sul de São Paulo.

É necessário reunir os ativistas desses setores, realizar debates e plenárias nas ocupações e favelas, discutir o manifesto lançado pelo Polo e ampliar, assim, a propaganda em torno de um programa que defenda moradia, saneamento básico e o fim do extermínio e do encarceramento em massa dos negros e negras. Um programa que defenda saúde pública de qualidade, inclusive estatizando os hospitais particulares, sob controle dos trabalhadores. Um programa urgente para combater o desemprego, a fome e a carestia”, destacou Júlia.

É preciso um programa que defenda um governo democrático, dos trabalhadores e do povo pobre, por meio de conselhos populares, com a finalidade de utilizar a riqueza que produzem para satisfazer todas as necessidades dos que trabalham e os mais pobres. Um programa revolucionário e socialista”, finalizou.

Plenárias em Santa Catarina e Pernambuco

No dia 15 de outubro, foi realizado o lançamento do Polo Socialista e Revolucionário em Santa Catarina. O evento contou com a participação de militantes do PSTU, da corrente Revolução Brasileira (PSOL) e ativistas de diversos setores. O debate contou com a contribuição do professor Hertz Dias, militante do PSTU, dirigente de nossa Secretaria de Negros e Negras, e integrante do grupo de hip hop Gíria Vermelha, no Maranhão.

Hertz Dias pontuou que “estão tentando canalizar tudo para eleições de 2022 e é nesse contexto que nasce a ideia do Polo Socialista e Revolucionário, para que a gente possa discutir com esse setor de vanguarda, uma alternativa para a nossa classe, que não seja meramente através das eleições”.

Já no dia 27, aconteceu a Plenária Estadual de Pernambuco, que contou com a participação de dezenas de ativistas e teve a presença do Zé Maria, presidente nacional do PSTU. No mesmo dia, também foi realizada a plenária no Amapá, contando com dirigentes de movimentos sociais e populares e da ex-candidata do PSTU à Presidência, Vera.