PSTU-Paraíba
PSTU – Paraíba
Há uma ação política desenvolvendo na Paraíba em relação ao PT local. Trata-se da volta do ex-governador Ricardo Coutinho – até agora, no PSB – ao Partido dos Trabalhadores, do qual foi expulso em 2003, após denúncias de falsificação de atas partidárias.
Esta manobra ganhou evidência a partir de uma reunião que ocorreu em Brasília, no dia 22 de junho deste ano, quando Ricardo Coutinho esteve na capital federal para acompanhar as filiações ao PSB do governador maranhense Flávio Dino e do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, recentemente saídos do PC do B e PSOL, respectivamente. Na ocasião, segundo matérias divulgadas pela imprensa, Ricardo Coutinho teria se reunido com a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Paulo Teixeira para retornar ao partido. Vale ressaltar que essa hipótese agrada muito a Lula e a maioria da direção do PT, para a sua candidatura em 2022.
Desde que esta possibilidade foi divulgada pela impressa, boa parte dos militantes do PT na Paraíba tem se posicionado contrário à ideia. Isso ficou evidente após uma reunião da esquerda petista, ocorrida em 31 de julho, no qual foi decidido posicionar-se contrária à (re)filiação de Ricardo Coutinho ao partido. Cabe registrar que, nesta reunião, esteve presente a maioria da direção estadual do PT paraibano e várias lideranças do partido no movimento sindical e popular, assim como os deputados (federal e estadual) Frei Anastácio e Anísio Maia e também do prefeito de Picuí, Olivânio Dantas. Esta posição será levada às instâncias partidárias no Estado, a começar da sua direção estadual.
Apesar de podermos considerar tal decisão da esquerda petista na Paraíba como positiva, vale destacar que isso pouco ou quase nada significa para o PT nacional, pois a estratégia da direção nacional é construir uma Frente Ampla Eleitoral com a participação inclusive da grande burguesia industrial e financeira brasileira para eleger Lula a qualquer preço em 2022. Então, Ricardo Coutinho é apenas “fichinha” que pode conseguir votos.
Cabe destacar que, independente do resultado dessa política, é preciso perceber que a simples hipótese de Ricardo Coutinho voltar ao PT representa apenas mais um passo da degeneração do partido imposto pela direção aos trabalhadores/as paraibanos/as petistas, que não apresenta critérios de filiação, querendo incluir “políticos” que roubam dinheiro público e estão envolvidos em escândalos de corrupção como Ricardo Coutinho (Operação Calvário).
Vale relembrar que, quando prefeito e governador, Ricardo Coutinho atacou duramente a classe trabalhadora do nosso Estado, além de beneficiar os ricos e poderosos. Os servidores públicos estaduais não esqueceram que Ricardo Coutinho atacou direitos da categoria, sem falar no repugnante aumento de 1% nos salários dos servidores durante seu governo.
Portanto, é uma vergonha considerar Ricardo Coutinho como socialista apenas por estar no PSB, quando sabemos que este partido é defensor do capitalismo. Mas isso é apenas parte da estratégia eleitoral petista. Todos e todas ativistas ficarão, ainda, mais envergonhados quando vir os aliados eleitorais que a Direção Nacional do PT está chamando para estar no palanque eleitoral com Lula.
Por tudo isso, chamamos os/as companheiros/as de luta e ativista que lutam por uma sociedade igualitária e por um governo dos trabalhadores a repudiar não apenas a volta de Ricardo Coutinho ao partido, bem como repudiar a política nacional da direção do PT de construir uma Frente Ampla Eleitoral com partidos burgueses e patronais.
É preciso construir uma alternativa socialista frente à degeneração do PT e à sua política de Frente Ampla. O PSTU defende a construção de um polo operário e socialista para atuar nas lutas que estão acontecendo neste momento contra o genocida presidente Bolsonaro, bem como para apresentar-se nas eleições, defendendo os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, do povo pobre, dos oprimidos (as) e da juventude.