Redação

A fome causada pelo desemprego em massa e a inflação, assim como a carestia e a precarização do trabalho, são produtos da crise capitalista e imperialista, agravada pela pandemia e a política ultraliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes.

Neste cenário de caos social, precisamos de um programa emergencial dos trabalhadores, que retome de imediato o auxílio a todos os que necessitem, no valor de um salário mínimo. Mas só isso não basta, é preciso inverter a lógica do capitalismo imperialista e atacar a pilhagem do país e os lucros e propriedades das grandes empresas, fundos de investimentos e bancos internacionais e nacionais, enfrentando os super-ricos para garantir condições dignas à população.

Emprego, salário e renda para todos

– Redução da jornada de trabalho para 6 horas, sem redução dos salários. Isso permitiria absorver grande parte dos desempregados.

– Aumento geral dos salários, duplicando o salário mínimo, rumo ao mínimo do Dieese (atualmente de R$ 5.657,66).

– Fim da precarização do trabalho, com a revogação da Reforma Trabalhista e da Lei das Terceirizações, com a expropriação das empresas que demitirem, colocando-as sob controle dos trabalhadores.

– Plano de obras públicas que, ao mesmo tempo em que garanta trabalho a quem precise, ajude na solução de problemas históricos, como saneamento básico e moradia.

-Auxílio-emergencial de um salário mínimo para todos que não têm emprego, até haver pleno emprego

Em defesa dos serviços públicos

A pandemia foi um teste duríssimo para a saúde pública do país, demonstrando sua falência, hoje, depois de décadas de sucateamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e da privatização da assistência médica.

No meio do caos, setores privados e criminosos, como a PreventSenior, enriqueceram. Como fruto da associação corrupta com governos municipais, estaduais e o federal, vários grupos empresariais cresceram, duplicando ou triplicando seu patrimônio. Em 2021, o dono da rede de hospitais D’Or, Jorge Moll Filho, se transformou no terceiro maior bilionário do país.

Todos os setores públicos sofrem com o mesmo processo de sucateamento e ataques sistemáticos por parte do governo, com os direitos dos trabalhadores ameaçados pela Reforma Administrativa e o corte de verbas que praticamente inviabilizam áreas como a pesquisa. Até mesmo o Enem está ameaçado pela ofensiva do governo de ultradireita.

– Estatização da saúde, com a expropriação dos hospitais e grupos privados.

– Aumento de verbas para a saúde, valorização do SUS e dos servidores.

– Educação pública e gratuita para todos níveis, com o aumento de verbas. Expropriação dos grupos privados e acesso livre às universidades.

– Aumento do investimento para pesquisa e produção científica.

– Garantia de transporte público de qualidade, com a estatização das empresas privadas, rumo à gratuidade do serviço.

Impedir a entrega do país e romper com o imperialismo

Os países ricos e suas multinacionais, fundos de investimento e bancos controlam nosso país. Dominam a indústria, a produção agropecuária, as finanças e avançam sobre o comércio. Os fundos financeiros estrangeiros têm participação decisiva nas principais empresas do país, sejam públicas (como a Petrobrás) ou privadas. A burguesia nacional está cada vez mais associada (de maneira subalterna) às multinacionais e aos países ricos, tornando-se acionista minoritária de propriedades, que repassa para o controle multinacional.

Essa dominação do capitalismo imperialista faz com que o país tenha seu centro econômico determinado pelo mercado mundial. É isso que faz com que, hoje, exista uma lógica de desindustrialização e reprimarização (produção voltada para a exportação de produtos básicos, como agrícolas e minerais, em relação aos industrializados ou manufaturados) do país. É também em função da dominação das multinacionais que o país está em decadência. É preciso romper com o imperialismo (o sistema mundial capitalista dominado pelos países ricos e seus monopólios internacionais), revertendo a decadência do país.

– Não pagar a dívida pública aos grandes banqueiros e acionistas

– Proibição da remessa de lucros para fora

– Reestatização das empresas privatizadas, como a Vale e Petrobrás, defendendo que sejam 100% estatais, sob controle dos trabalhadores

– Expropriação das multinacionais e fundos financeiros

Contra todas as formas de opressão

O capitalismo é um sistema de exploração e de opressão. Ao mesmo tempo em que ataca os direitos da classe trabalhadora, a burguesia promove uma verdadeira ofensiva especialmente sobre os setores oprimidos da classe trabalhadora, dos setores populares e da juventude, reforçando ideologias reacionárias como machismo, racismo, xenofobia e LGBTIfobia (que justificam a violência ou naturalizam a desigualdade e a discriminação), ou investindo contra direitos e conquistas  democráticas, como o direito ao aborto, as cotas para negros e negras ou demarcação e titulação das terras indígenas e quilombolas.

Por um governo socialista dos trabalhadores

A história do Brasil sob a sombra das potências européias e do capitalismo é a história de 521 anos de exploração, genocídio, escravidão e submissão. Para mudar, de fato, a vida da classe trabalhadora e do povo pobre, fazendo com que a economia e a produção funcionem para todos, e não para menos de 0,1%, é preciso uma revolução social, que coloque os trabalhadores no governo. Precisamos de um governo socialista dos trabalhadores, que governe através de conselhos populares.

É necessário organizar a luta da classe trabalhadora e construir uma alternativa que defenda esse projeto socialista e revolucionário, e mude pra valer essa história.