PSTU-SC
Os deputados estaduais de Santa Catarina aprovaram o aumento dos salários para governador, vice-governador e secretários. Os novos valores passarão a valer a partir de 1º de janeiro de 2023, já que o governador eleito Jorginho Mello (PL) já confirmou que vai sancionar.
Com a aprovação na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), num placar de 28 votos a favor e sete contra, o salário de Jorginho Mello (PL), que assume em janeiro de 2023, passará de R$ 15 mil para R$ 25.322,25. O reajuste representa um acréscimo de 68,8% para o governador e contempla também aumentos para a vice-governadora e secretários estaduais.
Os salários da vice-governadora Marilisa Boehm (PL) e dos futuros secretários do governo também passarão a ser de R$ 25,3 mil.
No caso do cargo de vice, o salário, hoje em R$ 12 mil, aumentaria em 111%. No caso dos secretários, cujos salários hoje estão em cerca de R$ 10 mil, o salto na remuneração será de 153%.
Os deputados que aprovaram este reajuste são aqueles mesmos que falavam de um falso rombo da previdência dos servidores públicos, que destruíram os planos de aposentadoria em Santa Catarina, e que fizeram com que os professores aposentados perdessem dinheiro de sua aposentadoria com a contribuição extra de 14% para o Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Iprev). E isso tudo num momento de crise e alta da inflação, mesmo que o Estado de Santa Catarina tenha tido arrecadação recorde e superávit nas finanças.
Um aumento vergonhoso!
Esse aumento é uma vergonha! Uma zombaria aos trabalhadores e aos 971 mil catarinenses em situação de pobreza (13% da população no final de 2021). Estes senhores da “nova política’’ têm o mesmo método dos anteriores. Para a mídia falam em cortar custos, que os trabalhadores têm que suportar essa crise e superar seus limites. Mas para eles, segue a mesma festa, a Alesc continua sendo um espaço de corrupção e privilégios.
Os servidores públicos lutam todos os anos para não perderem direitos trabalhistas, assim como lutam contra os ataques, contra a precarização do trabalho, pela manutenção dos espaços de trabalho, contra a terceirização de serviços, falta de condições mínimas de trabalho para quem está na ativa, além de falta de efetivo.
Demagogia bolsonarista e também do PT
Estes “defensores da moral e da ética’’, que se elegeram se dizendo contra todo tipo de privilégio, já mostraram a que vieram. Vieram para continuar a mesma política de sempre. O PL de Bolsonaro votou em peso a favor deste reajuste imoral. O deputado estadual Ivan Naatz, líder do PL, defendeu o reajuste argumentando que não era reajustado desde 2010. Que vida dura a dos políticos, quase 12 anos sem aumento. O bolsonarismo representa os setores da classe mais alta e vai continuar atacando os trabalhadores catarinenses, nenhuma confiança deve ser depositada nestes!
Para piorar, o setor que se apresenta como “esquerda’’, boa parte votou favoravelmente ao aumento dos políticos. Até o PT contribuiu com um voto favorável do deputado Neodi Saretta (o resto da bancada votou contra). Na Bahia, o novo governador do PT aprovou também um reajuste salarial de 49%. É visível que o PT não aprendeu nada com o passado e que não representa alternativa nenhuma para a nossa classe. Um deputado que se diz a serviço dos trabalhadores, mas que vota a favor deste aumento, deveria ser expulso. Neste momento de crise e precarização da vida dos trabalhadores, é inadmissível votar a favor deste absurdo. Para ver o voto de cada deputado, clique aqui.
O PSTU repudia esse reajuste absurdo, imoral e indecente dos salários do governador, vice e secretários. Chamamos a classe trabalhadora, o povo pobre e a juventude a irem à luta de forma independente, pelo cancelamento deste aumento. Defendemos que todos os parlamentares, políticos e secretários recebam o mesmo salário que um professor e/ou operário qualificado. Chega de privilégios!
Por uma Alternativa Socialista e Revolucionária
Nesse momento, a classe trabalhadora tem duas tarefas fundamentais para evitar que os sofrimentos sigam e se aprofundem.
A primeira é buscar construir a unidade de nossa classe para lutar contra os ataques dos capitalistas e dos novos governos Lula e Jorginho Mello, contra as demissões e a retirada de direitos, buscando reverter todos os ataques de Bolsonaro, como a Reforma da Previdência, além da Reforma Trabalhista de Temer e as privatizações, tanto as já realizadas como aquelas em curso. Lula/Alckmin já declararam que não irão rever estas reformas nem as privatizações…
Precisamos ainda exigir que as organizações da nossa classe não se deixem cooptar pelo governo (o que infelizmente já está acontecendo). Caso contrário, ao invés de avançarmos, iremos retroceder. Nesse sentido, é preciso combater as direções burocráticas que submetem as organizações de nossa classe à burguesia e ao novo governo. Junto com isso, preparar a autodefesa contra a ultradireita, de Bolsonaro e sua quadrilha militar/civil, que estarão, a todo momento, preparando ataques contra nossas liberdades democráticas.
A segunda e mais importante de todas as nossas tarefas é a construção de uma alternativa política revolucionária e independente da burguesia para a nossa classe. É preciso avançar na construção de uma alternativa revolucionária e socialista, para que os trabalhadores possam ter um projeto verdadeiramente seu, superando o projeto utópico e reacionário petista de governar em conjunto com a burguesia.
Uma alternativa que aponte a necessidade de se atacar o lucro e a propriedade do grande capital, com a expropriação dos bilionários e das maiores empresas, que dominam mais da metade da nossa economia. Não podemos mais ficar a reboque dos vários tons de projetos da burguesia. Nós defendemos o socialismo e a revolução. Temos muito orgulho de levantar essa alternativa socialista e as nossas bandeiras vermelhas!