Vanessa Portugal fala pelo Bloco Classista, Operário e Popular
Júlio Anselmo

O segundo dia do 5° Congresso da CSP-Conlutas, nesta sexta-feira, começou com as reuniões dos grupos setoriais. São importantes espaços para aglutinar as lutas comuns. Houve reuniões de operários, de trabalhadores da educação, da saúde, ativistas do movimento popular, dentre muitos outros. Foram fundamentais para trocar experiências, organizar as demandas específicas de cada setor e preparar as lutas do próximo período.

Após este momento, houve um painel sobre a luta da resistência do povo ucraniano e o 4° comboio de solidariedade da CSP-Conlutas. Um grande momento que demonstra o internacionalismo ativo e militante da classe trabalhadora.

Em seguida, teve início o debate de conjuntura nacional, internacional e plano de lutas. A mesa foi composta por distintos setores políticos que constroem a central. O debate foi riquíssimo e girou em torno da localização política da central em relação ao governo.

O PSTU compõe o Bloco Classista, Operário e Popular dentro da CSP-Conlutas. A atuação do bloco foi pautada na reafirmação da acertada postura da central de não prestar nenhum apoio ao novo governo Lula, e seguir reforçando a independência de classe em relação à burguesia e todos os governos.

Também esteve colocada a crítica ao papel das direções das demais centrais e organizações dos trabalhadores que seguem atrelados ao novo governo do PT. Assim como foi pautada a tarefa de unidade de ação para impulsionar a luta dos trabalhadores por seus direitos, que vem sendo atacados pelo governo, e também por suas reivindicações diante das péssimas condições de vida impostas pelo capitalismo.

Todo o plano econômico do governo Lula visa atender a sede dos patrões por lucros. A prova disso são as diversas medidas aprovadas pelo governo, como o arcabouço fiscal que retira dinheiro das áreas sociais, ou a reforma tributária que mantem os impostos sobre os trabalhadores enquanto simplifica e melhora a situação para os grandes empresários.

Foi debatida o fato de que muitos trabalhadores ainda têm expectativa e ilusões diante do novo governo. E como isso representa um desafio, mas que deve ser tomado como um impulsionador do papel da CSP-Conlutas como um ponto de apoio para colocar a classe trabalhadora em movimento, contribuindo, inclusive, para disputar essa consciência dos trabalhadores no sentido de que, cada vez mais, percebam que seus inimigos são não só a burguesia, a direita e ultradireita, mas também o governo Lula e o PT atual.

Inclusive foi reafirmado que, se queremos de fato derrotar a ultradireita, a independência em relação ao governo é fundamental. Pois o governo Lula não só ataca os trabalhadores e dirige o capitalismo de acordo aos interesses da burguesia, como também faz aliança com o centrão e setores bolsonarista. Faz acordos e concilia até mesmo com a cúpula das Forças Armadas e setores golpistas. Ou seja, demonstrando que, se há alguém que ajuda a ultradireita hoje nesse país, é o próprio governo do PT.

O debate em plenário contou não só com a exposição da mesa, mas com 40 falas dos delegados e delegadas participantes do congresso.

Sábado

O terceiro dia de congresso já começa com as reuniões dos grupos de trabalho. Momento de máxima democracia do congresso, onde todos os delegados se dividem em pequenos grupos para debater e formular propostas e resoluções para serem levadas à relatoria e encaminhadas para a votação na plenária.

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