Pichação LGBTfóbica na Universidade Mackenzie, em SP
Juventude do PSTU

Marina Cintra

Nessas últimas semanas temos ouvido diversos relatos de agressões, ameaças e assassinatos de LGBTs pelo país. O Brasil sempre foi um dos campeões mundiais de violência contra as LGBTs, mas nesses últimos dias a violência tem aumentado cada vez mais e isso está diretamente relacionado com os discursos de Jair Bolsonaro contra as mulheres, negros e LGBTs. Bolsonaro já declarou que “ter filho gay é falta de porrada”,  que “não corria o risco de ter um filho gay porque seus filhos tiveram uma boa educação” e que “se ver dois homossexuais na rua vai bater,”, etc.. Além disso, ele também já deu diversas declarações racistas e machistas, alegando inclusive que as mulheres deveriam receber menos do que os homens pois engravidam.  Bolsonaro também votou contra a PEC que garantia direito as trabalhadoras domésticas e votou a favor da reforma trabalhista, ou seja, ele é inimigo dos explorados e oprimidos.

É embalado por esses discursos do futuro presidente que um setor de extrema-direita tem saído para agredir e matar LGBTs. Diversas universidades e cursinhos tiveram suas paredes pixadas com frases tais como: “Morte aos gays, morte aos viados, morte a todos lgbts”,frase essa que foi encontrada na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora. Para além das ameaças, em São Paulo, Priscila foi assassinada no centro da cidade por homens que gritavam o nome de Bolsonaro durante a agressão. Em Curitiba, eleitores do Bolsonaro foram em frente à balada lgbt “Verdant” ameaçar e agredir pessoas que estavam no local.  No Ceará, um jovem de 23 anos foi morto a tiros enquanto participava de uma carreata pró-Haddad. Após o término das eleições, alguns apoiadores do Bolsonaro propõem através do Twitter uma “caça aos viadinhos”. Esses são alguns exemplos das ameaças e agressões que estamos sofrendo nesse último período.

Os discursos de Bolsonaro fazem com que esses preconceitos tomem forma através das agressões e ameaças. Para combater Bolsonaro e seus ataques é preciso nos organizarmos e estarmos nas lutas, nas ruas, escolas, universidades e locais de trabalho, dialogando e conversando com a população, organizando a greve geral contra os ataques que virão. Mas, para além disso, precisamos organizar nossa defesa contra esses ataques de forma coletiva, pois eles estão vindo nos matar. Desta forma, temos o direito de defender nossas vidas. Nossa autodefesa deve ser coletiva e organizada e devemos impulsioná-la através dos sindicatos, partidos, movimento estudantil, comitês, entre outros.

Pichação racista na Unicamp

Além disso, é muito importante dizer em alto e bom som: Nós, LGBTs, apesar das ameaças e da violência, não vamos voltar para o armário! A história das LGBTs ao redor do mundo é uma história de luta e de resistência contra o governo e a repressão e esse é o caminho que devemos seguir. Foi apenas através das nossas lutas e da nossa organização que conseguimos conquistar visibilidade e direitos básicos e não vai ser agora que vamos sair da luta. Não devemos aceitar mais nenhum tipo de violência ou ameaça e devemos estar na linha de frente da organização dos comitês contra a retirada dos direitos nos bairros, nas escolas, universidades e locais de trabalho. Vamos nos unificar com o restante dos trabalhadores e demais setores oprimidos! Vamos pra luta!