PSTU Ceará
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Policiais e bombeiros militares do Ceará iniciaram um processo de mobilização para pressionar o governador Camilo Santana (PT) a apresentar uma proposta decente de reajuste salarial. A primeira proposta do governador, além de estar abaixo do esperado pela categoria, ainda seria concedida de forma parcelada até 2022.
Após uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa do estado o governador foi obrigado a negociar e apresentar uma nova proposta que, apesar de aceita pelas lideranças, não contempla as necessidades da categoria. O que gerou novas manifestações a partir da última terça-feira, dia 18.
Nessa terça e quarta-feira, várias viaturas foram estacionadas pelos policiais em frente às bases da polícia e algumas que se recusavam a parar tiveram os pneus secados pelos policiais e seus familiares. O movimento se reinicia nas vésperas do carnaval de maneira radicalizada.
A proposta do governador para as carreiras militares segue a mesma lógica que ele adota em relação ao conjunto do funcionalismo público do estado: penalizar os servidores para garantir o chamado “equilíbrio fiscal”, que nada mais é que um nome bonito para mascarar a retirada de direitos dos trabalhadores, enquanto todos os anos são destinados mais de R$ 1 bilhão para encher os cofres de empresários do estado na forma de isenções fiscais.
A atitude do governador diante dos protestos demonstra sua incapacidade de conviver com a democracia. Até o momento em que escrevíamos esse texto já foram presos 3 policiais em luta. A Secretaria de Segurança Pública do estado já notificou que está investigando 261 policiais envolvidos nos protestos e pretende puni-los, além de que irá retirar os que participarem das manifestações da folha de pagamento do próximo mês.
As associações de militares do estado estão sob ameaça de multas milionárias caso convoquem ou se envolvam em qualquer manifestação. Pra completar, o governador acabou de pedir apoio de tropas federais do governo Bolsonaro para substituir os policiais em luta e, certamente, reprimir as próprias manifestações policiais. É necessário rechaçar essa atitude do governador petista Camilo Santana e de seus aliados.
Mais que isso, é preciso enfrentar a própria estrutura antidemocrática e reacionária da polícia e dos bombeiros, herdada da época da ditadura, que proíbe os servidores das carreiras militares de realizarem protestos e greves. A luta por melhoria salarial é justa e deve ser direito de todos os servidores, inclusive de policiais e bombeiros. Os policiais e bombeiros devem ter o direito democrático de mobilização, de greve e de formar sindicatos e, para isso, é necessário exigir a desmilitarização desses setores.
O PSTU apoia a luta dos PMs e bombeiros militares e defende a unidade desses servidores com os outros servidores do Estado que também enfrentam Camilo Santana e os governos municipais. Todos temos famílias e necessitamos de melhores condições de segurança, mas também de melhores escolas e saúde publica. Juntos somos mais fortes.
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