PSTU-DF

Na quarta-feira, 15 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o retorno de Ibaneis Rocha ao governo do Distrito Federal, antes mesmo de terminar o prazo de 90 dias de afastamento determinado pelo próprio Moraes ainda em janeiro. Isso não é uma surpresa, tendo em vista que o ministro da Justiça, Flávio Dino, já havia se pronunciado publicamente favorável a Ibaneis, inocentando-o de responsabilidade pelos fatos ocorridos em 8 de janeiro.

O retorno de Ibaneis se soma a diversos outros episódios recentes que mostram que existe todo um movimento no Congresso Nacional, no Governo Federal e no Judiciário para selar a impunidade a boa parte dos responsáveis pelas ações golpistas de 8 de janeiro.

Ainda nesse mês de março, Flávio Bolsonaro emplacou a indicação de um membro de seu grupo político para o ministério das Comunicações, chefiado por Juscelino Filho do União Brasil. Também já é público que o governo federal está tentando enterrar a CPI dos atos golpistas, ameaçando não nomear o afilhados políticos dos parlamentares que mantiverem a sua assinatura no pedido de abertura da CPI.

Todo esse movimento para impedir uma punição rigorosa dos responsáveis pelas ações do dia 8 de janeiro é parte de uma política construída pelo próprio governo Lula para garantir sua “governabilidade”, em troca da anistia a uma parte dos responsáveis pela tentativa de golpe. É por isso que quase nada se avançou na investigação dos membros das Forças Armadas que tiveram participação direta na organização dos acampamentos golpistas na frente do QG do exército, ou que facilitaram a invasão do Palácio do Planalto e que depois tentaram impedir a prisão dos golpistas.

CPI da CLDF está armada para acabar em Pizza

A Câmara Legislativa do Distrito Federal, diante da pressão, criou uma CPI para “investigar” as ações golpistas de 8 de janeiro. Contudo, antes mesmo de instalar a CPI, Chico Vigilante (PT-DF), presidente da CPI deu entrevista ao Correio Braziliense defendendo a volta de Ibaneis. Além do mais, foi eleito como relator da CPI o deputado Hermeto (MDB-DF), do mesmo partido de Ibaneis e reservista da PMDF, onde possui boa parte de sua base eleitoral.

A CPI da CLDF está toda montada para terminar em pizza e infelizmente a maior parte da “oposição” ao governo de Ibaneis está de acordo com essa política. Esse pacto inclui também as direções majoritárias do movimento sindical e popular do DF, que nem mesmo se dispuseram a organizar uma campanha unificada pela queda de Ibaneis.

Mobilizar a classe para exigir e impor a punição aos golpistas

Garantir a impunidade aos golpistas e aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro é um grande erro. Isso cria as condições para que a ultradireita se reorganize e siga arregimentando forças para levar adiante o seu projeto reacionário. A história recente do nosso país mostra que a anistia aos militares, que sustentaram a ditadura civil-militar, foi fundamental para impulsionar os setores de ultradireita que se organizaram em torno de Bolsonaro.

Nesse momento, é preciso seguir mobilizando nossa classe para impedir qualquer anistia aos golpistas. Já está evidente que nem Lula, nem o Congresso Nacional e nem o Judiciário vão levar adiante a punição severa, com a prisão, desapropriação dos bens e a cassação de todos os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro e também dos atos organizados pelos Bolsonaristas em 2022, após o resultado eleitoral do segundo turno.

Fora Ibaneis e Celina Leão! Novas eleições para o governo do DF!

Sem anistia! Prisão, desapropriação e cassação de todos os golpistas!

Em defesa das liberdades democráticas! Ditadura nunca mais!