PSTU Paraná

Na última quinta feira, 29 de setembro, a militante Ayme Alves foi agredida no comitê de campanha do PT de Ponta Grossa.

Ayme é uma jovem mulher negra, militante do coletivo de negritude 4P, que está fazendo campanha para candidaturas negras: Renato Freitas do PT deputado estadual, e também para Vera do PSTU para presidente. E neste último dia 29, quando Ayme foi até o comitê do PT para pegar material do Renato Freitas, acabou ocorrendo uma discussão porque ela não queria pegar material que tinha os candidatos da majoritária, no caso Requião e Lula.

Mas foi insistido para que ela levasse esse material já “que ela estava trabalhando, que não tinha o que querer “e a partir desse momento ela foi agredida. Arrancaram seu adesivo da Vera e, no meio da agressão, seu celular caiu no chão e não apareceu mais. Celular este que é o meio que Ayme garante seu sustento, já que é designer e utilizava ele para trabalhar. Vejo vídeo aqui.

É simplesmente inadmissível essa postura. Estamos diante de um cenário em que aumenta a violência política, incentivada por Bolsonaro, que ameaça as poucas liberdades democráticas que temos a todo momento. Sabemos que o projeto de Bolsonaro é uma ditadura para massacrar ainda mais a nossa classe e os oprimidos, e que só não o faz porque, por hor,a não tem forças pra isso.

Nós do PSTU saímos em defesa do PT e demais setores da esquerda em todos os atos de violência política sofrido por esses partidos, alguns inclusive que tragicamente resultaram em assasssinatos.

Mas também temos denunciado que essa política do PT de ter desmontado as manifestações de rua pelo Fora Bolsonaro, e jogar todas as fichas nas eleições, é um erro grave, pois desarma a nossa classe para o enfrentamento real e necessário que é a mobilização e organização. Sabemos que o PT faz isso porque o cenário eleitoral mais favorável para eles era com Bolsonaro na disputa presidencial.

E, diante do profundo esgotamento do sistema capitalista que impõe cada vez mais piores condições vida para os trabalhadores e o povo pobre desse país, somadas à grande decepção com os governos do PT, que fertilizaram o terreno para Bolsonaro, o caminho petista segue sendo se abraçar com os grandes empresários e banqueiros, com o que há de pior na política, que inclusive até pouco tempo atrás eram chamado de “golpistas”.

Quanto mais Bolsonaro sobe o tom, mais se jogam com unhas e dentes para resgatar a credibilidade das instituições que mantém este sistema, as mesma instituições que assistiram Bolsonaro negligenciar o combate à pandemia que ceifou quase 700 mil vidas, as mesmas instituições que garantem que hoje mais de 33 milhões de pessoas passam fome enquanto o agronegócio bate recorde de lucros mandando o que é produzido para fora do país, ou que garante que uma massa enorme de trabalhadores tenha que se submeter hoje a viver de bico, de trabalho precarizados, sem direitos. Se as instituições desse país tivessem o mínimo de seriedade Bolsonaro já estaria na cadeia.

E quando um setor da nossa classe ousa questionar essa política, buscar uma alternativa que se enfrente com os ricos e poderosos, pois esse é o único programa que de fato pode resolver os problemas da nossa classe e dos oprimidos, isso se torna uma afronta ao petismo. Inclusive se utilizando de métodos iguais ao do bolsonarismos para impedir qualquer crítica política, inaceitável!

Ver esse caso de agressão contra uma jovem negra dentro de um comitê de campanha do PT é um completo absurdo! Isso é mais uma expressão do fracasso desse projeto político, onde se submetem a qualquer coisa para voltar a governar o país a serviço dos ricos e poderosos.

Chamamos todos os movimentos a cercarem Ayme de solidariedade e repudiar este ato lamentável. Também cobramos a direção do PT a se posicionar diante deste acontecimento e tornar pública quais medidas tomaram.

 

 

Texto alterado às 18h46 de 30/09