PSTU Paraná
A Prefeitura de Maringá realizou na segunda-feira, 6, uma licitação para a contratação de uma empresa especializada para prestação de serviços de recebimento e destinação final do lixo produzido na cidade. Após a abertura dos envelopes, o município decidiu pela habilitação da empresa, pois não encontrou irregularidades na apresentação dos documentos.
Contudo, o que a Prefeitura não diz é que a Serrana Engenharia LTDA, empresa com sede em Joinville-SC, está envolvida nas investigações da “Operação Mensageiro” deflagrada em dezembro último pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e o Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
No sistema capitalista uma coisa é certa: privatizações e terceirizações rimam com corrupção. Com a desculpa de modernização ou “melhora” dos serviços, os governos mostram o Estado como um verdadeiro balcão de negócios para a burguesia apanhar recursos públicos. Rima com corrupção, pois é um verdadeiro “toma lá, dá cá” com o dinheiro de nossos impostos.
“Operação Mensageiro”
A operação cumpriu 15 mandados de prisão preventiva e 108 mandados de busca e apreensão para apurar a suspeita de fraude em licitações, casos de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta de lixo em Santa Catarina. As suspeitas de fraude investigadas pelo GAECO e GEAC ocorreram em 29 cidades do estado catarinense e uma do Paraná.
Como resultado da Operação, foram presos diversos prefeitos e funcionários do alto escalão da Serrana Engenharia. Entre os presos estão os responsáveis pela empresa em Mafra e em Três Barras, ambos municípios de Santa Catarina. A suspeita é que a Serrana pagaria propina a políticos para se manter nos serviços de coleta de lixo e iluminação pública.
Durante as buscas foram apreendidos mais de R$ 1,3 milhão em espécie, localizados nas residências e locais de trabalho dos alvos investigados. Dentre os alvos dos mandados estão o presidente da empresa, Odair Mannrich, e o filho Bernardo Lopes Mannrich.
O nome da operação é referente ao papel do empresário Altevir Seidel, apontado como o mensageiro. Segundo a investigação, ele seria o responsável por entregar a propina da empresa Serrana Engenharia aos agentes públicos envolvidos.
Punição aos corruptos e estatização do serviço
Precisamos exigir que não seja homologado o resultado da licitação enquanto as investigações estiverem ocorrendo. O município deveria, na verdade, romper o atual contrato com a Serrana Engenharia LTDA. O correto seria a Prefeitura contratar novos servidores, basta lembrar que está com concurso em andamento, e buscar medidas para o descarte através do quadro próprio de pessoal.
Além disso, devemos exigir a prisão de todos corruptos e corruptores. Mas, não podemos depositar nenhuma confiança nessa justiça, que tem lado, e sempre livrou a cara dos ricos e poderosos. Precisamos pressionar para que sejam condenados e seus bens sejam confiscados para a utilização em prol da sociedade.
Mas, para que isso ocorra de fato, precisamos nos organizar e trazer para nós a construção do rumo da história de nossa sociedade. É preciso uma revolução social, que coloque os trabalhadores no governo.
Precisamos de um governo socialista dos trabalhadores, que governe através de conselhos populares que decidam, a partir da nossa realidade, as reais demandas da sociedade. E, para isso, é necessário organizar a luta da classe trabalhadora e a construção de uma alternativa que defenda esse projeto socialista e revolucionário, e mude pra valer essa história.