A partir de 1º de janeiro de 2023, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) passará a ganhar R$ 35 mil | Foto: Adriel Francisco / Divulgação
PSTU-BA

Reajuste aprovado pelos deputados na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) contempla também o vice-governador e secretários estaduais

Os deputados estaduais aprovaram, na última terça-feira (13), os aumentos dos salários de governador, vice-governador e secretários do Estado. Os novos valores passarão a valer a partir de 1º de janeiro de 2023.

O governador passará a ganhar R$ 35 mil. Neste ano, o salário é de R$ 23,5 mil, o que representa um aumento de R$ 11.500 (49%). Já para o vice-governador e para os secretários, o subsídio será de 95% do valor concedido ao governador, o que significa um aumento de R$ 10.925 em relação aos salários anteriores.

Isso é uma afronta à realidade da maioria da classe trabalhadora baiana, que precisa acordar cedo todos os dias, sofre em transportes superlotados e tem uma jornada de trabalho excessiva para ganhar um salário mínimo. Enquanto isso, estes senhores parasitas do erário público reajustam seus próprios salários em valores exorbitantes.

Governador, vice e secretários são servidores públicos e assim devem ser tratados. Em dezembro de 2021, a Alba aprovou reajuste geral do funcionalismo estadual de 4%. Por que é diferente para estes senhores?

Olha que estamos falando de um governo do PT, que faz um discurso que o novo governador é professor da rede pública, mas que vai ganhar um supersalário, bem distante da vida real da categoria a qual reivindica ser parte. Isso sem falar que estão fazendo a mesma política do bolsonarista reacionário eleito governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que teve o salário reajustado em 50%.

Esse reajuste aprovado pelos deputados na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) é uma agressão ao conjunto da sociedade baiana, em especial aos mais pobres. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis de cada 10 trabalhadores ganham, em média, menos que o salário mínimo, na Bahia.

O IBGE também mostra que o salário médio na Bahia é de R$ 1.543, o terceiro mais baixo do país. O salário do futuro governador Jerônimo Rodrigues (PT) será 23 vezes maior que o salário médio baiano.

Ainda segundo informações do IBGE, no ano passado, 46,5% da população baiana, ou 6,9 milhões de pessoas, podiam ser consideradas pobres, levando em conta apenas o critério da renda. Elas viviam com um rendimento domiciliar per capita médio inferior a R$ 475 por mês. A Bahia é o segundo Estado com maior número absoluto de pessoas na pobreza, atrás apenas de São Paulo, a unidade da federação com a maior população do país.

Mas o reajuste absurdo aos salários do governador, vice e secretários não leva em consideração essa triste realidade. Estes senhores, os que aprovaram esse indecente reajuste e os que irão ganhar os supersalários, são os responsáveis pelo salário miserável que a maioria da população recebe e pela pobreza que assola nosso Estado.

Infelizmente, as principais centrais sindicais (CUT e CTB) e as principais entidades dos movimentos sociais se calam diante deste fato porque têm rabo preso com o governo do Estado, perderam a autonomia e a independência política frente a um governo que busca manter os privilégios dos políticos e governa para os ricos.

O PSTU repudia esse reajuste absurdo, imoral e indecente dos salários do governador, vice e secretários. Chamamos a classe trabalhadora, o povo pobre e a juventude a ir à luta de forma independente pelo cancelamento dessa votação. Defendemos que todos os parlamentares e os secretários recebam o mesmo salário que um professor e/ou operário qualificado. Chega de privilégios!