Obra inédita de Vadím Rogóvin foi editada pela Editora Sundermann | Foto: Divulgação
Redação

O primeiro tomo da coleção “Havia alternativa ao stalinismo”, de Vadím Rogóvin, chegou ao Brasil pela Editora Sundermann. O livro dá início à publicação dos sete volumes produzidos pelo historiador e sociólogo russo ao longo da década de 1990. A pré-venda já está disponível no site da Editora. Clique aqui.

O objetivo Rogóvin era retratar a história da oposição marxista revolucionária e as lutas políticas no interior da União Soviética durante as décadas de 1920 e 1930, ou seja, a verdadeira história do combate ao stalinismo na URSS, que tem início com a Oposição de Esquerda, em 1923, e vai até o pacto Stálin-Hitler, em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, e o assassinato de Leon Trotsky, em 1940.

Rogóvin demonstra que a derrota da oposição – principalmente da Oposição de Esquerda e dos trotskistas – não era inevitável. Com base em farta documentação, ele afirma que “o stalinismo não foi o resultado lógico e inevitável da Revolução de Outubro” e que “dentro do bolchevismo existia uma corrente forte que impulsionava uma alternativa real ao stalinismo, e a luta contra essa tendência foi a principal função do terror stalinista”.

A obra de Rogóvin não revela a verdade apenas. Ela transcende seu tempo e norteia debates entre posições que se mantêm ainda hoje, mais de trinta anos depois da queda da URSS.

Fica evidente que, em hipótese nenhuma, o stalinismo é a consequência natural do bolchevismo e da Revolução de Outubro. Ele é o oposto do bolchevismo e do comunismo. O stalinismo perverteu o marxismo e o leninismo e foi a melhor arma da burguesia mundial contra o comunismo e a revolução socialista depois que o mundo assistiu chocado ao grande terror ou grande expurgo da década de 1930. Na verdade, o que se viu foi o genocídio de centenas de milhares de comunistas. Todo esse processo culminou na restauração do capitalismo, como bem detalha a obra de Rogóvin.

A despeito da tragédia stalinista, o título do livro de Rogóvin é a expressão do otimismo histórico das mulheres e dos homens retratados nesta saga: Um fim que significa um começo. Ao iniciar este ambicioso projeto, a Editora Sundermann pretende dar um sentido a esse título.