Dantas, diretor do sindicato, ficou por mais de 1h no camburão, segue detido e pode ser indiciado por "organização criminosa"
Redação

Neste dia 3 de outubro, os trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos (SP), exercendo um direito legítimo, aprovaram greve por aumento de salário e manutenção de direitos.

Se já não fosse absurdo bastante uma empresa que, hoje, firma contratos bilionários numa das áreas de mais alta tecnologia da indústria no país, ameaçar cortar direitos dos trabalhadores, nem mesmo o direito de se manifestar e reclamar desta situação ela quer permitir que exerçam. A direção da Embraer recorreu à polícia do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, que deslocou dez viaturas para a portaria da empresa.

No momento da votação, agrediram e detiveram de forma arbitrária um dos dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, José Dantas Sobrinho, e o ativista do movimento Luta Popular, Ederlando Carlos da Silva. Eles foram levados à delegacia da Polícia Federal, no centro da cidade, sendo mantidos por mais de uma hora no camburão das viaturas policias, no estacionamento da guarnição.

Segundo consta, os ativistas detidos estariam sendo enquadrados pela Polícia Federal na Lei das Organizações Criminosas, uma lei aprovada em 2013 pelo governo Dilma. A situação é tão confusa, esdrúxula e arbitrária que a própria polícia não sabe informar se a audiência de custódia ocorrerá na Justiça Federal ou na Estadual.

Essas prisões constituem um verdadeiro absurdo e são inadmissíveis. Lutar não é crime, sindicalista não é bandido e greve não é “organização criminosa”. Trata-se de uma tentativa, ilegal e arbitrária, de intimidar os trabalhadores, recorrendo ao modus operandi da ditadura militar. É uma tentativa de criminalização do direito de greve, da organização sindical e um ataque às liberdades democráticas. Tratam-se de presos políticos sob o governo Lula.

PM’s durante assembleia da Embraer

Exigimos que o governo Lula, a qual a Polícia Federal é submetida, se pronuncie e desautorize essa prisão política.

O PSTU se soma ao chamado do Sindicato dos Metalúrgios de São José dos Campos, e da CSP-Conlutas, conclamando a todo movimento sindical e popular que exijam a libertação de Dantas e Ederlando. Pedimos também a solidariedade internacional exigindo a imediata libertação dos ativistas. Caso não sejam libertados já, faremos uma campanha nacional e internacional pela libertação dos presos políticos do Brasil.

Nesta quarta-feira, 4, a partir das 9h, ocorre um ato público na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, na rua Maurício Diamante 65.