Ato foi realizado no Centro da cidade no último sábado dia 19, pela reposição da inflação
PSTU-SP

PSTU Jau (SP)

No último sábado, dia 19, os Servidores Municipais de Jaú (SP) realizaram um ato, com cartazes e panfletos, para denunciar à população a incoerência do prefeito Ivan Cassaro (PSD) que se nega a repor sequer a inflação para os servidores, enquanto os secretários de indicação política tiveram um aumento de 54%.

Há dois anos os funcionários estão com o salário congelado, ao mesmo tempo em que investiram do próprio bolso para garantir o acesso dos alunos ao ensino remoto ou estiveram expostos à Covid-19, na linha de frente de combate à pandemia. Assim a prefeitura tem hoje o superávit que usou para elevar para R$ 9 mil os salários dos secretários indicados pelo prefeito, enquanto tem trabalhadores com salário base menor que o mínimo nacional.

Quem está em crise são as famílias dos mais de 3 mil trabalhadores que dependem deste reajuste para repor minimamente o que a inflação já comeu, como bem sabe cada trabalhadora e trabalhador da cidade e do país. Por isso, a reivindicação mínima da categoria é a reposição dos 17,9% da inflação, desde o último reajuste, além da reposição das perdas dos anos anteriores, com o mesmo peso e medida usados para os cargos de indicação política.

O aumento de 54% aos secretários foi acertado com bastante antecedência, ainda em setembro de 2021, sob o argumento de que tratava-se apenas da “revisão geral anual, prevista na constituição”, “mera recomposição decorrente da perda do poder aquisitivo da moeda”, conforme justificativa da proposta aprovada pelos vereadores, apoiadores do prefeito, com a promessa de que a mesma valorização seria dada aos profissionais da saúde, coletores de lixo, professores que atendem a população.

Porém, para a classe trabalhadora a lei não é aplicada de forma tão benevolente. Os servidores, que têm data base em 1º de março, só no dia 10 receberam uma proposta de 5% e, na última assembleia, uma nova proposta de 8%, que não chega nem a metade da reposição da inflação.

É preciso ir à luta, além da luta diária que já fazemos para garantir o sustento de suas casas e o próprio funcionamento do serviço público todo sucateado.

No dia 17, aprovamos um plano de mobilização, que teve inicio no último sábado, dia 19, com o ato no Centro da cidade. Hoje, dia 21, a mobilização é na Câmara de Vereadores, que vai votar uma Moção de Apelo, onde os vereadores devem formalizar o apoio prometido aos servidores mediante a pressão recebida nas redes sociais. Como parte da mobilização, está prevista a construção de uma paralisação geral no próximo dia 30 e continuidade da pressão sobre os vereadores para a aprovação de uma moção repúdio, caso a situação não se resolva.

A categoria espera que ao longo da semana a prefeitura atenda suas reivindicações que, por serem justas e cabíveis no orçamento, esbarram apenas na vontade política de um governo que segue a mesma linha das reformas administrativas federal, estaduais e municipais, de sucateiam o serviço público, abrindo cada vez mais margem para a troca de favores políticos à custa do massacre do servidor.

“Nós não queremos parar porque além de servidores, também somos usuários do serviço público. Usamos o postinho de saúde, nossos filhos estão na escola pública. A paralisação do dia 30 é para mostrar para a prefeitura que o postinho, a escola, não funcionam com cargos políticos, mas com os servidores, que nós precisamos sobreviver”, diziam os servidores durante o ato de sábado, que preferem não ser identificados por medo de represálias, outro grande problema que vem afligindo a categoria.