CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

O governo federal mostrou mais uma vez que não tem pressa para negociar o reajuste salarial dos servidores públicos federais. O adiamento da reunião marcada para esta terça-feira (7) comprova que o funcionalismo precisa esquentar a temperatura da Campanha Salarial.

Após ignorar o calendário estabelecido e não apresentar a nova proposta de recomposição nos salários, o que deveria ter acontecido na última sexta-feira (3), a equipe de Lula dá mais um sinal de descaso com as necessidades das categorias do setor público.

Nesta segunda-feira (6), o Planalto cancelou o encontro que ocorreria com a participação das entidades e sequer estabeleceu uma nova data para a retomada da Mesa Permanente de negociações.

É um descaso e um desrespeito. O governo marca reunião com dezenas de entidades e desmarca. Eles não estabelecem uma mesa de negociação de maneira adequada”, lamenta Paulo Barela, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

É preciso mobilizar, organizar as bases para que possamos pressionar o governo e obter de fato um processo de negociação com uma real possibilidade de avançar na defesa do interesse dos trabalhadores”, completa.

Sem reajuste

Algumas categorias do funcionalismo amargam até 60% de perda salarial, visto que não conquistaram aumento real desde o governo Dilma. Durante os quatro anos de governo de Bolsonaro também não houve nenhum diálogo para solucionar este problema.

Nesta campanha salarial, os servidores exigem um índice emergencial de recomposição de 26,94%, o que refere-se às perdas geradas pela inflação desde 2019. Até agora o governo sinalizou com um aumento de apenas 7,8%, muito aquém do necessário.

Recursos existem

A CSP-Conlutas e o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) defendem que, ao contrário do que afirma o governo, há recursos para conceder o reajuste exigido pelas categorias.

O índice de 7,8% é apenas a proposta que Bolsonaro já havia apresentado no ano passado. É preciso que haja vontade política, tendo em vista os milhões gastos com o pagamento da dívida pública para banqueiros e acionistas.

Em nota oficial, após o governo não cumprir o calendário das negociações, o Fonasefe afirmou:

Nosso(a)s representantes apresentaram estudos que provam a existência de recursos que podem ser agregados ao montante de R$ 11,2 bilhão, indicando fontes e apresentando argumentos. Independentemente, também registramos que a valorização dos serviços públicos passa pela valorização do(a) próprio(a) servidor(a) público(a); não é despesa, é investimento. Nesse sentido, é preciso rever prioridades políticas, como o pagamento da dívida pública que consome mais da metade do que se arrecada no país.

É hora de ir pra cima!

Diante deste cenário, a CSP-Conlutas reafirma e extrema importância das entidades intensificarem o processo de mobilização com a base. É necessário criar o clima de luta e preparar todo conjunto da classe trabalhadora.

Assembleia nos locais de trabalho, panfletagens e a criação de materiais para divulgar a luta são as tarefas do dia. Com mobilização e união, já mostrados durante a campanha contra a PEC 32, será possível conquistar a vitória.