Redação

PSTU – Goiás

No domingo (05/12), foi o lançamento do Polo Socialista e Revolucionário em Goiás. O evento contou com a participação de Cyro Garcia, dirigente do PSTU-RJ, que em sua fala de abertura, expôs a situação da crise capitalista mundial, as rebeliões pelo mundo e as lutas no Brasil e necessidade da derrubada do governo Bolsonaro, tarefa abandonada pela dita “oposição de esquerda”, que tem apostando suas fichas em uma saída eleitoral, com uma frente ampla com setores burgueses.

“O Polo Socialista é o local onde nós socialistas e revolucionários devemos construir uma proposta à nossa classe, um projeto de ruptura com o capital construído em conjunto com os trabalhadores em todas as partes do país”, disse Cyro.

Após a fala de abertura, foi exibido um vídeo enviado por Pinheiro Salles, ex preso político da ditadura militar, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Liberdade  de Imprensa do Sindicato dos Jornalistas e vice-presidente da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas, parabenizando a criação do Polo e ressaltando que se confiante nessa busca de alternativas para as responder as necessidades concretas no sentido de fortalecer a luta da classe trabalhadora, apesar da ofensiva neoliberal no Brasil e no mundo.

Intervenções

Após a saudação de Pinheiro Salles, abriram-se as intervenções aos participantes. Diversos ativistas e lutadores expuseram seus pontos de vista sobre a construção do Polo Socialista.

A primeira fala foi do historiador e comerciário Donizete, que manifestou a confiança na luta da classe trabalhadora e frisou que sente muito feliz e confiante ao iniciar sua militância no PSTU.

Marta Helena, dirigente da Associação dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE), aposentada e professora da rede pública, apresentou a situação da categoria e a precarização da educação, com a implementação das Organizações Sociais (OSs) que dão calote nos trabalhadores e ofertam um péssimo serviço à população.

Kelly Cristina, do grupo feministas de Goiás, pontuou que “uma parte dos ativistas não acredita mais na luta e no socialismo, isso faz com que a ideologia capitalista tenha vencido em nossa subjetividade, aí se pensa que se juntar com a direita seja a saída. É muito importante que tenhamos a visão de nossa classe e o mundo que queremos. Saudamos o Polo Socialista pela ação a que se propõe”, disse.

Já o ativista Fred, da corrente Comuna (PSOL), que é historiador e professor da rede pública, disse que espera que seu partido venha construir o Polo Socialista. “O Polo é a melhor iniciativa desde 2006, quando tivemos a candidatura de Heloisa Helena à presidência da República. Espera-se que a FIT da Argentina se repita aqui, e por isso o Fora Bolsonaro é importante. A transformação social só se faz a partir da luta. Saudamos o Polo como um processo de a unificação da esquerda socialista, com independência de classe. Devemos construir o Polo para dentro e para fora da institucionalidade”, defendeu.

O operário Darlan, disse que o desafio é construir uma alternativa verdadeiramente socialista. “O Polo tem o papel de se contrapor a um projeto de conciliação de classe que vem sendo construído pelo PT, PCdoB, com o apoio da maioria da direção do PSOL, a exemplo dessa coligação Lula e Alkimin. Temos que apresentar uma alternativa verdadeiramente de classe, frente aos ataques que sofrem os trabalhadores. Por exemplo, o camponês está sofrendo com o ataque do latifúndio, o indígena também, o que tem crescido os conflitos agrários. Temos um retrocesso ambiental enorme. Aqui entra a necessidade de uma saída, o Polo Socialista une as forças necessárias para isso, o caminho é o socialismo”, afirmou.

O jovem estudante do curso de Física, Jonh Carlos, observou que “é muito importante essa iniciativa, ver no domingo pessoas se reunindo com esse objetivo é gratificante. Gostei muito da fala dos companheiros, temos de ter uma saída nossa”.

Fernando, trabalhador rural, ressaltou que “é preciso dialogar com os demais trabalhadores, com o povo pobre e a juventude, esclarecendo pacientemente, mas com determinação, que o capitalismo está levando a humanidade para barbárie. É necessário organizar e chegar a todos os trabalhadores e falar que o Polo vai para além das eleições”.

Ésio, diretor do Sindicato dos Urbanitários do Estado de Goiás (STIUEG) destacou que “o Polo Socialista e Revolucionário é uma iniciativa louvável e que vale a pena lutar, porque muitos diz chamar-se de esquerda, mas segue a linha da direita”. Para ele, “essa falsa oposição de esquerda não beneficia os trabalhadores, são oportunistas e vendedores de ilusões no processo eleitoral da burguesia. O polo é uma alternativa para denunciá-los e derrotá-los”.

Anita, do Movimento Mulheres em Luta (MML), falou que “o Polo é um espaço para a classe trabalhadora encontrar o caminho, criando seus próprios organismo e começar acreditar em suas forças e não em um salvador da pátria. Aqui as mulheres, os demais setores oprimidos, irão construir um programa revolucionário para a luta contra a burguesia, os banqueiros, isto é, contra a estrutura capitalista no Brasil”.

Encerramento

No encerramento dos debates, Cyro reforçou que “o Polo Socialista vai para além de 2022. Não é um programa eleitoral, mas de luta, com saídas estratégicas, de ruptura com o capitalismo e em defesa do socialismo”.

Cyro pontuou que poderemos ter candidatos pelo Polo, mas que esse não é o objetivo central, pois os ataques à classe trabalhadora irão continuar. “O capital vai atacar cada vez mais o conjunto da classe trabalhadora, não há nenhuma alternativa a não ser a luta pela revolução. O Polo não é para construir um novo partido, mas sim um espaço de organização dos revolucionários, debates, propostas e unidade na ação direta”, destacou.

Quanto a FIT Argentina, o dirigente do PSTU, disse a situação no Brasil é diferente. “Aqui tem um grande partido reformista, que é o PT, tem os stalinistas, e neoestalinistas, que são reformistas e não têm independência de classe, que irão apoiar o PT com os burgueses. O PSOL, por exemplo, vai apoiar Lula já no primeiro turno, e esse espaço do Polo vai servir para aqueles que nesses partidos mantém uma posição de classe tenham onde lutar”, falou.

Rubens Donizzeti, que teve a tarefa de mediar a plenária, agradeceu a Cyro Garcia pelo debate e conclamou a todos os presentes a levar e debater o Polo nos locais de trabalho, nos bairros, nas escolas, com os familiares, enfim, ir aonde o povo está.

A plenária encerrou-se com todos cantando a Internacional, ao som afiado do cavaquinho do camarada Zanata, de Brasília.