Plenária reuniu cerca de 200 ativistas na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo | Foto: Deyvis Barros / Divulgação
PSTU-SP

Cerca de 200 ativistas se reuniram na sede do Sindicato dos Metroviários, na última sexta-feira (03/12),  na plenária de lançamento do Polo Socialista e Revolucionário em São Paulo. Outras dezenas de pessoas acompanharam a transmissão do evento ao vivo pelas redes sociais.

A atividade teve como objetivo para discutir uma saída para o Brasil de oposição ao projeto bolsonarista de rapina e genocídio e da direita tradicional de Dória (PSDB) e Moro (Podemos), que apesar de uma retórica diferente, possui o mesmo projeto econômico de Bolsonaro de destruição do Brasil a serviço dos grandes banqueiros, latifundiários e empresários nacionais e internacionais. Ao mesmo tempo, a plenária reafirmou que a saída para a crise brasileira não pode ser a conciliação de classes defendida pelo PT e apoiada pela maioria da direção do PSOL.

No início da plenária, Magno Carvalho, diretor do Sintusp, explicou a importância do polo: “não é para ser um partido e nem uma coordenação de lutas. O grande objetivo é levar a discussão da necessidade da revolução para nossa classe, como uma única saída. A barbárie tá ganhando, mas nós temos que virar o jogo”.

Logo após a falar do diretor do Sintusp,  falou o professor do curso de História da USP, Rodrigo Ricupero, que resgatou o Manifesto que deu origem aos debates sobre o polo e que serviu de base para a unificação daqueles que defendem uma saída socialista revolucionária para o país.

Para ele, “com a crise  da Covid-19, a barbárie começou a aparecer com força com um processo brutal de ataque em que os burgueses se aproveitam da classe para lucrar ainda mais. O manifesto diz que o Fora Bolsonaro e Mourão é uma tarefa urgente, mas essa luta foi abandonada pela direção do movimento em troca da perspectiva eleitoral que se constrói para o próximo ano, com uma perspectiva de manutenção do sistema. Este  abandono, que o manifesto apontava, ao mesmo tempo que o desatualiza  reafirma a necessidade do polo  estar presente pra fazer esse debate com a massa e a vanguarda, colocando a necessidade da revolução e do socialismo”.

O debate seguiu com a intervenção de Marcello Pablito, do Conselho de Base do Sintusp e do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), que apontou perspectivas para o futuro do polo afirmando que “estamos encarando esse lançamento não como um encerramento, mas como um passo adiante que a gente vai seguir fazendo. Temos de organizar plenárias em todas as regiões de São Paulo para organizar. A unidade da esquerda socialista é fundamental para derrotar a burguesia. É fundamental apontar quem são nossos aliados e nossos inimigos. É tarefa de um Polo socialista apontar uma saída de independência de classe, para que os capitalistas e não a nossa classe pague a conta da crise”.

Concluindo as intervenções da mesa que coordenava a plenária, falou Vera Lúcia, da direção nacional do PSTU, que foi candidata à Presidência da República em 2018, apresentando um programa alternativo ao de Bolsonaro/Guedes, mas também ao projeto petista de conciliação.

Vera (PSTU), ressaltou a importância da construção do Polo em todos os cantos do Brasil | Foto: Deyvis Barros / Divulgação

Vera afirmou que “os partidos que traíram as lutas e fizeram definhar a campanha pelo Fora Bolsonaro estão apresentando um projeto pras próximas eleições para atender os interesses dos grandes capitalistas nacionais e internacionais, consequentemente não podem atender os interesses daqueles que estão desempregados, não tem casa pra morar e nem terra pra plantar.  A gente precisa se reunir e discutir saídas para os problemas que nós vivenciamos e que são causados pelos grandes capitalistas. Nós precisamos nos organizar para derrota-los porque só há uma forma de solucionar esses problemas que é derrotando os grandes capitalistas. Isso requer a classe trabalhadora organizada em todos os cantos desse país, construindo um projeto seu, uma sociedade pra nós. É esse o sentido desse Polo Socialista e Revolucionário”.

Vera pontuou que o Polo Socialista e Revolucionário não tem por objetivo se reduzir a uma frente eleitoral, destacando que “embora o Polo não seja uma frente eleitoral, o PSTU apresentará candidaturas nas eleições e queremos que os companheiros que estão construindo o Polo também apresentem. O PSTU pode ceder a sua legenda. A classe trabalhadora tem o direito e o dever de apresentar um programa para eleições, que arranque da realidade da classe trabalhadora para atender as suas necessidades”.

Plenário

Após as intervenções da mesa, foram abertas as falas ao plenário. Algumas intervenções foram enviadas via carta, como a do professor da Faculdade de Direito da USP, Jorge Souto Maior. Outras em formato de vídeo, como a do economista, professor e dirigente do PSOL, Plinio de Arruda Sampaio Jr e de William Felipe, do Grupo Operário Internacionalista (GOI) e do Jornal Palavra Operária.

Tomaram a palavra como parte do plenário os companheiros Dalmo, do Emancipação Socialista; Pedro, da Juventude Faísca; Lauro Fiaes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Industria da Alimentação de São Paulo; Mandi Coleho, da Juventude Rebeldia; Vanessa, do Luta Popular e da Ocupação dos Queixadas, que está resistindo contra tentativas de despejo; Dedé, liderança da comunidade Kampala, na Zona Leste de São Paulo; Fernanda, metroviária de São Paulo e do MRT; Altino Prazeres, coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo; Ricardo Borges, funcionário público municipal de São Paulo; Fernanda, do Grupo Trabalhadores em Luta de Campinas; Santiago, entregador de aplicativo; por fim a professora Flávia, do PSTU. Diego, diretor do Sindicato dos Metroviários e da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST/PSOL) fez uma saudação ao Polo.

Entre as intervenções da plenária, os companheiros Igo e Vidal, do movimento Hip Hop da periferia de São Paulo realizaram apresentações culturais com músicas. Após o encerramento, os trabalhos ficaram a cargo do grupo Samba do Dema, que conduziu a confraternização dos lutadores presentes na plenária.

Como encaminhamento, ao final dos debates, a companheira Irene Mastro, do Luta Popular, que coordenou a mesa, apresentou os encaminhamentos da coordenação provisória do Polo em São Paulo para prosseguimento dos trabalhos.

Irene frisou que o Polo como é “processo em construção. em que cada pessoa que chega e se soma”. E, encaminhou que se iniciasse a realização de plenárias de apresentação do Polo nos locais de trabalho, estudo, moradia e militância. Essas plenárias e atividades devem elaborar propostas para fortalecimento do Polo. As atividades devem ser informadas para que sejam divulgadas no site do Polo. Também encaminhou que se criem condições para a formação de uma coordenação do Polo em São Paulo, para conduzir os trabalhos na cidade e impulsionar a construção do Polo.

Conheça e assine do Manifesto pela construção do Polo Socialista e Revolucionário. Veja o calendário de plenárias que estão ocorrendo em todo o país.