Assembleia das operárias e operários da LG | Foto: SindMetau
Redação

Em assembleia realizada hoje, 23/04, trabalhadores da LG rejeitaram mais uma vez a proposta de indenização apresentada pela empresa, que no último dia 5, através de um comunicado, anunciou o encerramento da produção de celulares e, com isso, o fechamento da fábrica.

No dia 6, em reunião com o Sindicato, a empresa confirmou o encerramento da produção de celulares e irá levar para Manaus (AM) a linha de produção de notebooks.

A LG apresentou uma proposta de indenização aos trabalhadores, que foi rejeitada em assembleia realizada no dia 12 abril. As trabalhadoras e os trabalhadores aprovaram então uma greve por tempo indeterminado. Essa paralisação tinha sido suspensa na última segunda-feira, dia 19, após a retomada de negociações com a LG.

Contudo, a empresa segue apresentando uma proposta rebaixada. Mas as operárias e operários seguem forte na luta e na mobilização, mesmo o Sindicato (filiado à CUT) não organizar a luta com toda a ênfase necessária.

Cerca de 700 empregos estão ameaçados pelo encerramento da produção de celulares e pela transferência da linha de notebooks e monitores de Taubaté para Manaus.

Segue a greve nas fornecedoras da LG

Há 18 dias, as operárias e operários das empresas Sun Tech, em São José dos Campos, Blue Tech e 3C, em Caçapava, estão em greve. As três fábricas produzem os celulares da LG, que são enviados para fábrica de Taubaté para ser configurados e encaminhados para venda.  430 empregos serão encerrados nestas empresas.

Manifestação dos trabalhadores da LG. Foto Roosevelt Cassio/SindmetalSJC

A greve das fornecedoras, composta por maioria de mulheres, vêm ganhando repercussão nacional e até internacional. A mobilização, que é conduzida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José e região, filiado à CSP-Conlutas, chama a atenção pela disposição de luta e firmeza das trabalhadoras, apesar dos receios e incertezas em meio ao atual cenário de pandemia, de aumento do desemprego e crise social no país.

As operárias e operários têm mantido piquetes diariamente nas portas das empresas e realizado vários protestos, como passeatas, atos e cobranças aos governos, num importante exemplo de que é possível lutar contra os desmandos de multinacionais como a LG e suas terceirizadas e defender empregos e direitos.

Sindicato de São José chama unidade das greves

A união dos metalúrgicos da LG com as trabalhadoras das empresas fornecedoras, Sun Tech, Blue Tech e 3C, tem sido defendida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos desde o início.

Para o Sindicato e as grevistas, a luta em defesa dos empregos está em primeiro lugar. Caso a empresa insista em fechar as portas, a mobilização em defesa da estatização da LG para a produção de celulares nacionais é o único caminho. A unidade com os metalúrgicos de Taubaté fortaleceria essa reivindicação.

“Frente a esta crise que diz respeito ao sustento de milhares de famílias, é preciso lutar unidos. Por isso, nós estamos fazendo um grande chamado à mobilização. Agora, mais do que nunca, é preciso unificar as greves e avançar na busca pelos direitos. A vitória fica mais próxima com a união de todos”, afirma Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e militante do PSTU.