Trabalhadores da Companhia Fios e Tecidos

Os trabalhadores da maior fábrica do Egito se mantém em greve segundo declarou no sábado um sindicato independente, desafiando as advertências da junta militar de que não tolerará mais protestos.

“Cerca de 15 mil trabalhadores da Companhia Fios e Tecidos do Egito – que emprega 24 mil pessoas na cidade de Al-Mahalla al-Kubra, no delta do Nilo – estão fazendo uma concentração pelo quarto dia consecutivo em frente ao edifício da administração”, informa o Centro de Sindicatos e Serviços dos Trabalhadores (CSST) num comunicado.

“Os trabalhadores se negaram a por fim em seu protesto até que seja atendida a sua principal exigência, que é a destituição do presidente da empresa, Fuad Abdel Alim”, acusado de corrupção.

Na sexta-feira, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que tomou o poder depois da renúncia do presidente Hosni Mubarak em 11 de fevereiro, declarou que as greves prejudicam a segurança nacional e não serão toleradas após duas advertências mais suaves emitidas previamente.

Alguns grupos “organizam protestos que interrompem a produção e criam condições econômicas críticas que podem conduzir a uma piora na economia do país”, afirmou o Conselho Militar num comunicado. “A manutenção da instabilidade e suas consequências provocarão danos à segurança nacional”, acrescenta. “O Conselho Supremo das Forças Armadas não permitirá a continuação de tais atos ilegais que constituem um perigo para a nação e os enfrentará tomando medidas legais para proteger a segurança da nação.”

Os aproximadamente 24 mil empregados da Companhia Fios e Tecidos do Egito se manifestaram em 10 de fevereiro em apoio às manifestações contra Mubarak, expulso no dia seguinte, após mais de duas semanas de protestos massivos em todo o Egito. A greve foi suspensa imediatamente após a renúncia de Mubarak, mas recomeçou na quarta-feira, 16 de fevereiro, com os trabalhadores reivindicando salários maiores e uma nova administração.

A Companhia Fios e Tecidos do Egito é a maior fábrica da indústria têxtil egípcia e emprega 48% da força de trabalho total do país segundo o CSST.