CSP Conlutas
Central Sindical e Popular
O Fórum composto pelas dez centrais sindicais brasileiras, incluindo a CSP-Conlutas, realizou na tarde da terça-feira (27) uma reunião virtual com o futuro ministro do Trabalho, Luís Marinho.
Representando a CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, integrante da Secretaria Executiva Nacional da Central, falou aos demais companheiros e companheiras e trouxe à tona debates que serão importantes já nos primeiros dias do governo Lula.
Entre eles, está a necessidade da revogação da reforma trabalhista aprovada em 2017 por Michel Temer (MDB), que fragilizou ainda mais as relações entre empregados e patrões, retirando centenas de itens das leis trabalhistas.
“Nós vamos trilhar o caminho de defender a revogação de 100% da reforma trabalhista, pois trata-se de um gesto de estado. Trata-se de recuperar o mínimo de civilização nas relações de trabalho que havia antes do governo Temer”, explicou Atnágoras.
Também foi denunciado aos participantes a necessidade de união frente aos ataques promovidos pelas empresas contra ativistas, como a perseguição e demissão realizada pela General Motors aos dirigentes Luis Carlos Prates, o Mancha, da CSP-Conlutas, e Gilvan Landim, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano.
A regularização dos trabalhadores de aplicativo foi um dos desafios apontados por Atnágoras que o novo governo deverá enfrentar. Para ele é fundamental garantir condições dignas a uma modalidade de trabalho em alta no país.
“O ministério do Trabalho permitirá tais discussões, apesar das pressões que serão feitas pelos patrões sobre o novo governo. Isto dada a opção da frente amplíssima que vocês optaram em fazer para derrotar Bolsonaro”, completou Atnágoras dirigindo-se à Marinho.
Unidade e autonomia
Atnágoras também pontuou que o Fórum das Centrais Sindicais representou durante o governo Bolsonaro. Para ele, apesar das diferenças, a unidade das entidades foi fundamental para derrotar, nas eleições, a ultradireita que estava no poder.
Conforme deliberado na última Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, essa experiência de unidade com as demais centrais enfrentará dificuldades, tendo em vista que a maior parte das entidades irá apoiar o governo. Já CSP-Conlutas manterá sua independência de classe e enfrentamento aos ataques governamentais.
“É hora da mudança e essa mudança é estrutural. Mudanças que deverão ser mais profundas e se confrontar com o Capital, sob a pena de se submeter aos interesses deles”, expôs Atnágoras que, ao final, enfatizou que a CSP-Conlutas se manterá independente no futuro governo.