CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Representantes de partidos políticos, centrais sindicais e movimentos sociais que atuaram juntos durante a Campanha Fora Bolsonaro reuniram-se pela primeira vez após as eleições na noite da quinta-feira (2).

O Encontro de Organização das Lutas Populares ocorreu na sede central da CUT, em São Paulo, e teve o objetivo de discutir os desafios que a classe trabalhadora irá encontrar no início do governo Lula.

As frentes Brasil Popular e Povo Sem e Medo, além do Fórum das Centrais Sindicais, ao qual pertence a CSP-Conlutas, organizaram o evento que reuniu cerca de 300 pessoas, ocorrendo em formato híbrido (presencial e à distância pela plataforma ZOOM).

O documento entregue aos participantes pela organização limitava-se a debater temas como a redução da taxa de juros pelo Banco Central, o aumento do salário mínimo e o fim da atual política de preços da Petrobras (PPI).

Embora a CSP-Conlutas concorde com as demandas apresentadas, a central mostrou a necessidade de ampliar a pauta, atacando os problemas que estão no cerne das mazelas que assolam os brasileiros.

Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, falou sobre a necessidade de mobilização pela suspensão do pagamento da dívida pública e pelo fim das reformas trabalhista e da Previdência.

Quando o governo Temer atacou com a reforma trabalhista e as reformas previdenciárias nós estávamos todos juntos defendendo a revogação completa dessa desgraça que jogou 30 milhões no desemprego”, afirmou Atnágoras.

Então qual é o papo do movimento? Manter erguida a bandeira da revogação de 100% das reformas. Movimento é movimento e governo é governo. Esta é a parte que nos cabe neste latifúndio da luta de classes”, concluiu.

Autonomia e Independência pra Lutar

Para defender realmente os interesses da classe trabalhadora brasileira, a CSP-Conlutas defendeu junto às demais entidades a necessidade de atuar com autonomia e independência frente ao Governo Federal.

Um caso prático que exemplifica esta necessidade é a privatização do Metrô em Belo Horizonte. Embora os metroviários estejam em greve contra a venda da estatal, Lula ainda não sinalizou que irá impedir a entrega deste patrimônio público.

Compete ao Governo Federal interromper essa privatização. Nós temos de exigir do governo que acabe também com a privatização da Petrobras e que se devolva a Eletrobras aos brasileiros, já que foi vendida num esquema fraudulento aos milionários das Lojas Americanas”, explicou Atnágoras.

Novo Ensino Médio

Apesar de não constar no documento inicial apresentado pelos organizadores, a CSP-Conlutas apontou a necessidade de revogação da reforma do Ensino Médio. Atualmente, a central está em campanha contra a medida que fez avançar a privatização do setor e piorou a qualidade do ensino.

Calendário de Lutas

A necessidade de uma mobilização permanente foi acordada por todos os participantes. Além de disputar às ruas contra a extrema direita, a luta constante será fundamental para obter do governo e do Congresso as pautas sociais.

Além do 8 de março, Dia Internacional de Luta da Mulher, que já está sendo construído pelas entidades, outras datas foram apontadas. O dia 14 que marca a morte da vereadora Marielle Franco, e o dia 20 véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) estão entre elas.

Também foi discutido a realização de um ato no dia 1º de abril. O dia que marca o golpe militar no Brasil seria utilizado para avançar na luta contra qualquer anistia aos golpistas que atacaram os prédios dos Três Poderes, em janeiro.

Além disso, o 1º de Maio, Dia Internacional de Luta do Trabalhador, também está confirmado. A CSP-Conlutas defende que a data seja utilizada para realizar fortes atos classistas.

Confira também a fala de Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Direção Nacional do PSTU