Redação

Após três dias de intensos debates, a Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, que voltou a se reunir de forma presencial, ocorrendo agora de forma híbrida entre os dias 20 e 22 de maio, aprovou a construção de uma jornada nacional de lutas contra o desemprego e em defesa dos salários e direitos.

Partindo da análise da profunda crise capitalista em que o mundo se encontra, e o processo de retrocesso e recolonização do Brasil, assim como as ameaças de Bolsonaro às liberdades democráticas, a coordenação ressaltou os processos de luta e resistência que ocorrem na classe. Lutas como as da Avibrás e dos operários da Caoa Chery contra as demissões em massa; a mobilização na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que já ultrapassa um mês; e a batalha dos servidores públicos por salários e direitos.

Ao mesmo tempo que se aprofunda a crise, com o desemprego, a carestia e a fome, e categorias importantes da classe trabalhadora se levantam, os setores majoritários do movimento, como as direções da CUT, da CTB, da CGT, da Força Sindical e da UGT, atrelam as lutas “ao calendário eleitoral, impedindo sua unificação para derrubar Bolsonaro já“, centrando sua atuação no apoio à frente ampla de unidade de Lula com setores da burguesia.

Segundo a resolução aprovada, “é necessário apoiar e desenvolver cada greve para construir um dia unificado de lutas pelo país”. Para a central, é necessário ainda “lutar e conquistar um programa alternativo para a classe trabalhadora, que garanta salário, saúde, moradia e emprego, e que aponte para a derrocada da decadente sociedade capitalista e a construção de uma sociedade socialista“.

Agenda

Confira as principais resoluções

– Campanha nacional de solidariedade e pela unificação das greves. Lutar pela construção de uma greve geral!

– Chamar a unificação das campanhas salariais que ocorrem de maio a setembro.

– Realizar atos nas concessionárias da Caoa Chery.

– Estabilidade no emprego a todos os trabalhadores.

– Apoiar e divulgar a campanha por Despejo Zero, a luta contra o Marco Temporal e as lutas dos povos indígenas.

Combio operário

Solidariedade internacionalista à Ucrânia

A solidariedade internacionalista ao povo da Ucrânia marcou a reunião nacional da CSP-Conlutas. A central fez parte da iniciativa da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, que enviou um comboio de ajuda operária ao país invadido pela Rússia no final de abril, junto a entidades e organizações da França, Polônia, Itália, Lituânia e Áustria.

Tivemos a oportunidade de participar do 1° de maio na Ucrânia e foi emocionante. Foi num local fechado, já que o país está sob lei marcial em meio à guerra, mas num dia tão importante para a classe trabalhadora mundial, pudemos ouvir e debater com trabalhadores ucranianos de vários setores, como ferroviários, mineiros, da saúde, professores, construção civil e estudantes”, relatou Herbert Claros, do Setorial Internacional da central.

O informe sobre o comboio e o debate sobre a guerra na Ucrânia contaram também com a participação ao vivo do jovem ucraniano Fedir, que está no front dos combates em Kiev. Fedir fez um emocionante relato sobre o conflito aos presentes no plenário da Coordenação Nacional.

Ele relatou os horrores provocados pelos ataques russos e os esforços da resistência para se defender e garantir contraofensivas, apesar da grande disparidade militar em relação à Rússia. Falou também sobre as dificuldades e o desafio de lidar com o que ele chamou de “oceano de mentiras” do governo de Putin, bem como alertou para que a classe trabalhadora mundial não confunda as “bandeiras vermelhas da revolução russa” com o governo de Putin.

Reforço

Comissão dos Trabalhadores da CSN se filia à CSP-Conlutas

Responsável por uma das lutas operárias mais importantes neste primeiro semestre no Brasil, a Comissão de Base dos Trabalhadores da CSN Unidade Presidente Vargas, de Volta Redonda (RJ), anunciou sua filiação à CSP-Conlutas, durante a reunião da Coordenação Nacional.

A experiência trazida pelos dez companheiros que, desde o início de abril, travam uma dura batalha por melhores salários e direitos, enfrentando a direção da empresa e o sindicato pelego da categoria, foi um dos pontos altos do evento realizado em São Paulo, durante o final de semana.

Estamos aí, mesmo demitidos, mantendo a luta forte há mais de 40 dias. Já movemos a primeira pedra, saímos da inércia. Um dos primeiros apoios que chegaram à Volta Redonda foi da CSP-Conlutas. Desde o início estiveram com a gente na praça. Por isso, quero oficializar hoje que fazemos parte da CSP-Conlutas”, afirmou Ronald Andrade Gomes, membro da Comissão.

*Com informações da CSP-Conlutas