Protesto em frente à casa da governadora Fátima Bezerra
PSTU-RN

No momento em que o Rio Grande do Norte ultrapassava a marca dos 1.000 mortos por Covid-19, o governo do estado e a Prefeitura de Natal iniciaram um aprofundamento da reabertura da economia. A capital potiguar reabriu o comércio nesta terça-feira, 30 de junho, e o conjunto do RN retomou as atividades nesta quarta, 1º de julho.

Segundo o Governo e a Prefeitura, a reabertura se dará em duas fases e com fiscalização das medidas sanitárias e de distanciamento nos locais. Já estão autorizados a funcionar os estabelecimentos com até 300 m² e com a “porta para a rua”, agências, bancas, lojas de roupas e salões de beleza. A partir do oitavo dia, poderão ser reabertos restaurantes e food trucks com até 300m². Estabelecimentos com até 600 m² e com “porta para a rua” também vão poder reabrir, como lojas de departamentos, móveis, eletrodomésticos e colchões; comércios de calçados e brinquedos, além de joalherias, cosméticos e perfumaria. Na prática, ficam de fora por enquanto os shoppings e centros comerciais.

Com esta reabertura, o Governo e a Prefeitura de Natal estão enviando os trabalhadores para um verdadeiro abatedouro. Os casos confirmados da doença já somam mais de 30 mil e o estado teve 729 mortes entre 30 de maio e 30 de junho. Um aumento de 239%! Enquanto escrevíamos esta nota, o RN registrava um total de 1.034 óbitos por Covid-19. Os dados são da própria Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).

Mesmo diante deste cenário, em que não há mais leitos de UTI disponíveis na região metropolitana de Natal, a governadora Fátima Bezerra (PT) e o prefeito Álvaro Dias (PSDB) resolveram aplicar a receita da tragédia anunciada. A exemplo de Belo Horizonte (MG), os governantes por aqui decidiram reabrir a economia e esperar o que já é muito ruim ficar ainda pior. Desde que resolveu reabrir parte do comércio em 25 de maio, a capital de Minas Gerais viu o número de casos de Covid-19 quase quadruplicar e o de mortes triplicar. Agora, em razão dessa política criminosa, o prefeito de BH voltou a fechar as atividades não essenciais

Aqui no RN, em notas divulgadas à imprensa, a Fecomércio e a CDL Natal – entidades que representam empresários – viram com “alegria” e “satisfação” a reabertura e “vibraram” com a retomada das atividades econômicas. Agem assim porque sabem que não serão eles, os grandes empresários, que vão morrer à espera de um leito de UTI.

Para se ter uma ideia do que está por vir, basta lembrar que as primeiras 500 mortes no RN demoraram 76 dias para acontecer, desde o registro do primeiro óbito confirmado em 28 de março. Entretanto, para chegarmos ao dobro do número de mortos (1.000), foram necessários apenas 18 dias, completados nesta terça-feira (30). Como se não fosse o bastante, o governo do RN anunciou a possibilidade de reabrir as escolas em agosto. A governadora e o prefeito deveriam aproveitar a reabertura da economia e começar a abrir também muitas covas no Rio Grande do Norte. Podem requisitar, inclusive, a ajuda do governo Bolsonaro, que tem pós-doutorado em políticas de genocídio de trabalhadores e pobres.

Para salvar vidas, é preciso ir na direção contrária em que estão indo Bolsonaro, Fátima Bezerra e Álvaro Dias. É preciso decretar lockdown já, com distribuição de renda básica para a população mais pobre, trabalhadores informais e pequenos comerciantes. Os recursos para garantir essa política podem começar vindo da dívida de R$ 8 bilhões que grandes empresários têm com o RN, dos R$ 160 milhões em impostos que devem as empresas de ônibus de Natal e dos R$ 12 milhões mensais que são torrados no contrato fraudulento da Arena das Dunas.

Fora Bolsonaro e Mourão!

Lockdown já, com distribuição de renda!

Não à reabertura de Fátima e Álvaro Dias!