Roberto Aguiar, de Salvador (BA)

De 7 a 10 de setembro, a Central Sindical e Popular (CSP) – Conlutas realiza seu 5º Congresso Nacional no Clube Guapira, na cidade de São Paulo. Até o fechamento desta edição do Opinião Socialista, mais de 1.600 delegados e delegadas estavam aptos a serem eleitos em assembleias, representando diversas categorias de trabalhadores da cidade e do campo, povos originários, quilombolas, movimentos de luta contra as opressões, que se reunirão para debater a situação política internacional e nacional e traçar um plano de lutas.

“O congresso vai reunir lutadoras e lutadores de todo o país, que mantém o princípio da autonomia e independência dos governos e patrões, que discutir e aprovar um plano de lutas, que se enfrentará com as políticas neoliberais do governo Lula, a exemplo do teto dos gastos, arcabouço fiscal e o Marco Temporal, que ataca profundamente os povos originários e o meio ambiente”, ressalta Atnágoras Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém (PA) e membro da secretaria executiva nacional da CSP-Conlutas.  

Caravanas

De Norte a Sul, as caravanas estão sendo organizadas para ida a São Paulo. Estão sendo realizadas diversas campanhas financeiras como rifas, bingos, pedágios e livro-ouro para arrecadar dinheiro para o pagamento das passagens, alugueis de ônibus, taxas de inscrições e alojamentos. 

Do Maranhão, vai sair uma caravana com ativistas de comunidades que integram o Fórum e Redes de Cidadania e com os indígenas Tremembé de São José de Ribamar (MA), que estarão vendendo artesanatos no congresso.

É a primeira vez que participo de um congresso nacional como o da CSP-Conlutas. A expectativa é de que sejam um bom congresso e que possamos sair fortalecidos. Que ajude a nossa luta que aqui em nossa comunidade”, disse o trabalhador rural Ailton Albuquerque, que representará a Comunidade Cheiroso, do município de Itapecuru-Mirim (MA).

O Fóruns e Redes de Cidadania reúne comunidades rurais e quilombolas, sindicatos, associações de bairros e entidades do movimento popular de diversas cidades do Maranhão. 

É com muita alegria e felicidade que estamos indo ao Congresso. Será um momento de apoio, fortalecimento e reconhecimento da luta dos povos indígenas. Um espaço para ecoar e dar visibilidade às nossas lutas. Nosso território está em processo de homologação e a CSP-Conlutas foi muito importante para essa vitória”, pontua Raquel Tremembé, liderança do Povo Tremembé. “Vamos vender nossos artesanatos lá, como forma de garantir nossa participação”, ressalta Raquel.

Outra caravana vai reunir agricultores rurais do Ceará e Pernambuco. Sindicalistas, movimento popular e quilombolas de Sergipe. E, a juventude universitária e de bairros periféricos de Salvador (BA). 

A luta da juventude negra contra o genocídio vai ser debatida no Congresso. O desafio é de apontar um caminho e as reivindicações em defesa da vida do povo preto e pobre. Nossas vidas importam”, pontua Vander Bispo, do Movimento Aquilombar, da cidade de Lauro de Freitas (BA).

Esse encontro mostra o momento privilegiado que é o Congresso da CSP-Conlutas ao reunir lutadores e lutadoras de diversas categorias e movimentos: metalúrgicos, químicos, profissionais da educação e saúde, mineradores, bancários, operários da construção civil, servidores públicos das três esferas, os que lutam contra as opressões, por moradia, juventude e os povos originários e tradicionais.

Internacionalismo presente 

Delegações internacionais participam do congresso

A luta da classe trabalhadora é internacional. Tendo o internacionalismo como parte de seus princípios, o Congresso da CSP-Conlutas contará com uma significativa delegação internacional, que vai acompanhar a experiência brasileira e trocar experiências a partir da apresentação de suas respectivas lutas: França, Espanha, Itália, Portugal, países africanos, latino americanos e também da América do Norte e do Sul.

É nóis!

Opinião Socialista e Editora Sundermann no Congresso

O Opinião Socialista e a Editora Sundermann estarão presentes no 5º Congresso Nacional da CSP-Conlutas. “O jornal do PSTU está a serviço da luta dos trabalhadores e não poderíamos ficar ausente desse importante evento. Faremos uma cobertura especial para o jornal e para o site do PSTU. E, também vamos realizar uma ação especial no congresso em torno ao novo portal do Opinião Socialista que será lançado em outubro”, informa Diego Cruz, da redação do Opinião Socialista.

Já a Editora Sundermann terá uma grande banca de livros marxistas durante todos os dias do evento. “É um importante espaço para apresentarmos a literatura marxista aos trabalhadores e jovens presentes no congresso. São lutadoras e lutadores que atuam todos os dias, que intervém na luta de classes. A teoria é fundamental para guiar nossas ações. Pois que como ressaltava o revolucionário russo Lênin, não existe prática revolucionária sem teoria revolucionária”, destaca Jorge Breogan, da Editora Sundermann.