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CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Na tarde dessa terça-feira (26), as centrais sindicais se reuniram na sede do Dieese, no centro de São Paulo, para discutir os próximos passos das mobilizações contra a reforma da Previdência e o fim das aposentadorias. Como principal encaminhamento, foi decidido que dia 22 de março será o Dia Nacional de Mobilizações contra a Reforma da Previdência, Rumo à Greve Geral.

Representando a CSP-Conlutas, o membro da Secretaria Executiva Nacional da Central (SEN), Luiz Carlos Prates, o Mancha, defendeu que “as centrais devem colocar peso nas ações e organizar junto aos trabalhadores um forte ato para a data marcada, além de potencializar a defesa de nossas aposentadorias no próximo 8 de Março, uma vez que as mulheres fazem parte do grupo que sofrerá mais com os impactos do desmonte de nossa Previdência”.

Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) pontuou diversos ataques que a reforma traz em sua proposta, como “micro-reformas trabalhistas, afetando direitos como abono salarial, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço de aposentados, FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), seguro-desemprego entre outros”.

Foram listados ainda outros ataques inconstitucionais, como a Medida Provisória 871 que revisa benefícios previdenciários, restringindo o acesso à pensão por morte, licença-maternidade e aposentadoria dos trabalhadores do campo, por exemplo.

De modo geral, os representantes defenderam construir a próxima data de lutas com unidade entre as entidades sindicais e os movimentos sociais, de modo a não só fortalecer o dia de mobilização rumo à Greve Geral, com a participação de mais organizações, como também levar o tema para a classe trabalhadora e detalhar o desastre que a reforma de Bolsonaro representa para todos nós.

Confira a fala de Luiz Carlos Prates, o Mancha, com um balanço sobre a reunião:

Para isso, há um consenso de que é necessário divulgar amplamente em todos os meios de comunicação das entidades envolvidas nessa luta a verdade e os prejuízos que todos sofrerão com a possível aprovação da proposta no Congresso Nacional.

A grande imprensa está apoiando e seguirá dessa maneira. Precisamos fazer uma disputa de massas, uma contra-campanha, e fazer isso em nossos meios, nas redes sociais, será decisivo para avançarmos contra a reforma”, alertou Mancha.

Por isso, ele engrossou a posição de que é necessário amarrar a nova data de lutas com os movimentos sociais para que não tenhamos bons resultados apenas com os atos sindicais principais das centrais, mas que também seja pulverizado em bairros ou em outros locais.

O dia 22 de março precisa ser preparado nas bases, com assembleias em diversos locais. É preciso nos reunirmos com os movimentos sociais e que haja um forte trabalho na comunicação das entidades para mostrar aos trabalhadores o aprofundamento dos ataques que virá com a reforma da Previdência”, destacou o dirigente.

Além de acrescentar a luta pelas aposentadorias e pela Seguridade Social no 8 de Março, as centrais reunirão esforços para que o 1° de Maio – Dia Internacional do Trabalhador também seja uma data de mobilização unificada contra a reforma.

Na reunião de hoje, estiveram presentes também, pela CSP-Conlutas, o dirigente Atnagoras Lopes, além de Richard Araújo e André Valuche.

Acúmulo positivo de lutas contra a Reforma
A proposta do governo de Jair Bolsonaro que atinge em cheio nossa Seguridade Social foi motivo de protesto da mais recente grande mobilização das centrais no último dia 20/2, com a Assembleia da Classe Trabalhadora, que reuniu na Praça da Sé, em São Paulo, milhares de trabalhadores de diversas categorias em defesa de seus direitos e aposentadorias.

No ato, realizado no dia em que o presidente entregou o projeto de Reforma no Congresso Nacional, a proposta foi considerada pelos manifestantes ainda pior que a de Temer e as centrais reafirmaram o repúdio à reforma defendendo a unidade e a mobilização para barrar esse ataque.