Foto: Sindicato Suprema / Maracanaú
PSTU Ceará

Os professores e professoras de Maracanaú (CE) estão em greve desde o último dia 16 por repasse do piso de 33,24% e mais reposição das perdas. O movimento paredista foi aprovado após várias tentativas de diálogo, sem sucesso, por parte do sindicato da categoria com o prefeito Roberto Pessoa (PSDB). Inclusive, no dia 10 estava agendada uma reunião com o prefeito, no entanto, além de não receber o sindicato da categoria, também enviou uma mensagem para Câmara de Vereadores que propunha apenas o repasse da inflação.

Esse fato demonstra que a Prefeitura de Maracanaú tem práticas autoritárias e truculentas na sua forma de administrar a cidade, além de usar o dinheiro público para pagar propagandas mentirosas a respeito da educação do munícipio nos canais de TV (nos horários mais caros), em outdoors e fazer panfletos enganosos no intuito de colocar a população contra o movimento legítimo dos trabalhadores em educação.

A categoria da educação não acatou a possível ilegalidade da greve e estão sendo realizados atos com participação massiva dos trabalhadores, com fechamento de avenidas e com caminhada pelos principais bairros, com enorme participação de professores e professoras. A categoria tem recebido grande apoio da comunidade através das redes sociais e nos atos públicos.

Foto: Sindicato Suprema / Maracanaú

Reivindicações

Os professores da rede pública lutam pela aplicação do repasse do piso de 33,24%, reposição das perdas e aplicação do PCCR aprovado em 2016 – que desde então continua parado, impossibilitando o crescimento na carreira docente.

A categoria exige que os professores readaptados tenham seus direitos garantidos e não sejam apenados por adoecer. Lutam por nenhum direito a menos, porque as perdas dos últimos 10 anos somam mais de 35%. Além da retirada da redução de carga horária, da licença prêmio, do auxílio transporte (a partir da implantação do bilhete único metropolitano), da incorporação do anuênio ao salário base, do não pagamento dos biênios e da ascensão por formação. Portanto, a luta é contra a estagnação completa da carreira.

Maracanaú é um município da região metropolitana cearense com a segunda maior arrecadação do estado, ficando atrás apenas de Fortaleza. No Ceará, em mais de 50 cidades, os professores já conquistaram o repasse do piso, a exemplo dos municípios de Fortaleza, Caucaia e Pacatuba.

A categoria está indignada com o descaso do prefeito tucano e disposta a lutar para  manter e avançar na conquista de direitos. Vai mostrar ao governo e à população de Maracanaú quem  está  dia a dia construindo a educação dessa cidade, principalmente no período de pandemia quando foi abandonada pelo governo municipal e teve que comprar do  próprio bolso computadores e celulares para manter o ensino remoto, pagar internet e energia mais cara. Enquanto isso, a Prefeitura cortava o auxílio alimentação e não ofertava nenhuma ajuda, nem aos professores, nem  aos alunos, que enfrentaram dificuldades em acompanhar diariamente o ensino remoto, quer por falta de aparelhos tecnológicos, quer pela falta de internet em suas casas demonstrando uma vez mais que mesmo Maracanaú sendo um município rico, a  população vive na pobreza.

Estamos lutando contra uma Prefeitura que tem recursos e ao invés de cumprir as leis prefere utilizar o dinheiro público em campanha para desqualificar e deslegitimar os professores e suas reivindicações. Queremos reafirmar que a luta é legítima e os professores estão no caminho certo, na luta exigindo respeito e valorização à profissão, que todo dia está no chão da escola, na maioria das vezes em condições precárias com falta de material básico, com estrutura escolar precária, com merenda escolar de má qualidade e até mesmo com carência de água potável.

A luta pela educação pública passa pela defesa da escola pública para todos e com condições de permanência das crianças e adolescentes, passa valorização dos educadores desse país e os professores de Maracanaú se somam a tantos outros do Brasil na luta contra verdadeiras oligarquias do poder, que acham e ainda governam como verdadeiros coronéis. Temos uma certeza, a luta dos professores é justa e necessária e só ela poderá garantir as conquistas.

As bandeiras de luta são:

– Implantação do piso de forma linear. 33,24% para todos os professores!
– Reposição das perdas salariais de 4,52%, referente ao IPCA de 2020;
– Pagamento das progressões por titulação dentro do ano de 2022 e que seja um processo automático;
– Cumprimento dos biênios para crescimento na carreira;
– Garantia da lei, que os professores readaptados tenham seus direitos garantidos e não sejam apenados por adoecer;
– Concurso público para todas as áreas da educação;
– Construção de escolas públicas com boa estrutura para o processo ensino aprendizagem;
– Construção de creches públicas.