O Catar é o segundo país do mundo em número de casos de covid-19 por cada milhão de habitantes. A informação é da jornalista Linah al-Saafin, da Al Jazeera, que publicou em seu Twitter um gráfico mostrando o desenvolvimento do coronavírus no Catar, um dos mais rápidos do mundo. São até o momento 11.921 casos confirmados. O Catar tem hoje  uma população de 2,7 milhões de pessoas.

A jornalista explica que, diferente dos países vizinhos Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e do Kuwait, o Catar não adotou seriamente a quarentena. É um país inteiro vivendo sob uma política negacionista a respeito da pandemia. Mesma posição que defende Bolsonaro, ao dizer que o Brasil não pode parar e que o isolamento vai prejudicar a economia. A irresponsabilidade não é a única coincidência. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é o segundo país com maior concentração de renda do mundo, perdendo apenas para o Catar. A desigualdade amplia a disseminação do vírus, já que boa parte da população não tem acesso à itens e serviços básicos de higiene e à saúde de forma adequada.

Para se ter ideia do nível de desigualdade, enquanto o governo do país árabe pouco ou nada fazia para combater a pandemia, um bilionário do Catar comprou um hotel em Londres. O indivíduo que realizou a compra não foi identificado e nem se tem certeza de qual o valor pago, mas estima-se que pode ter chego a 1 bilhão de libras esterlinas (6,85 bilhões de reais). Esse dinheiro gasto com especulação durante a pandemia deveria ser usado para os cuidados de saúde da população e para garantir a quarentena e a infra-estrutura emergencial.

O Cartar é um grande produtor de petróleo, mas toda a riqueza produzida pelos petroleiros do país fica com um punhado de ricos do país e do exterior. A produção de petróleo e o lucro de suas vendas podem estar a serviço da classe trabalhadora e do desenvolvimento do país, mas o capitalismo impede que isso aconteça.