Por Tácito Chimato e Maria Clara

No último sábado (29/07), o espaço político-cultural Casa Luiza Mahin, aberto recentemente pela militância da Brasilândia do PSTU, recebeu trabalhadoras de toda a região para debater sobre saúde da mulher negra.

A atividade marcou o Julho das Pretas e a semana do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha (25/07).

O acesso à saúde: um problema de raça e classe

Entre os bairros mais negros de São Paulo, a Brasilândia aparece em 14º lugar, com mais de 50% da população preta e parda, segundo dados do Mapa da Desigualdade (2022), da Rede Nossa São Paulo.

Essa composição não só se cruza com os altos números de violência policial, com alta taxa de homicídio entre jovens, mas também com os investimentos do Estado para a população local. No mesmo relatório, o bairro aparece em segundo lugar na proporção de mães adolescentes, com alto índice de mortalidade infantil e uma expectativa de vida de 62 anos, bem abaixo de bairros ricos, onde a média fica em torno dos 80 a 77 anos.

Vale lembrar ainda que em 2020, no auge da pandemia, o bairro chegou a alcançar o maior pico de óbitos em toda São Paulo em maio do ano citado.

Ou seja: a saúde, que deveria ser igualmente acessível a todo mundo, acaba sendo um privilégio de quem mora nos bairros centrais.

Nós por nós

Como indicam os dados, na Brasilândia o Estado dos ricos mostra bem seu descaso com a vida da população negra e periférica. É urgente construir uma alternativa a isso.
Por isso, vale destacar que além da roda de conversa, a atividade foi acompanhada da tradicional doação de cestas básicas organizada pelo Comitê Brasilândia Nossas Vidas Importam (@brasilandiaemluta).

Os políticos burgueses usam das condições de vida da periferia que eles mesmos criam para comprar votos e silenciar a discussão política. Por isso, essa ação que começou na pandemia nunca foi mera caridade: se trata de solidariedade de classe. As doações vem de trabalhadores que entendem a importância de ajudar outros trabalhadores. E a distribuição é um momento das trabalhadoras do bairro discutirem soluções para sua realidade.

Isso é muito importante. Entra governo e sai governo, a periferia nunca tem suas demandas mais profundas satisfatoriamente atendidas. Realizando atividades como essa, os trabalhadores e trabalhadoras da região vêm aprendendo a confiar somente em suas próprias forças para mudar a vida.

ÚLTIMOS DIAS

Participe do curso “Revoltas e Revoluções do Povo Brasileiro”!

A militância do PSTU realizará um curso para conhecer a história de nosso povo a partir de uma perspectiva da classe trabalhadora – o “Revoluções e Revoltas do Povo Brasileiro”.
A proposta é apresentar importantes episódios de luta e organização dos povos originários, do povo negro e do povo pobre brasileiro em geral. Assim, poderemos questionar a versão oficial da história contada pelas elites.

Conhecendo o passado, e as importantes lições que deixadas na história, mas sufocadas propositalmente pelos ricos para nossa classe não ter exemplos, é possível se organizar para enfrentar a brutal realidade que oprime e explora não só as trabalhadoras e jovens da Brasilândia, mas de todas as quebradas Brasil e mundo afora.

Participe! As aulas serão presenciais na Casa Luiza Mahin (Rua Nair Ramos Shuring, 167 – Brasilândia) a partir do dia 05/08. Acesse as redes sociais (@casaluizamahin) ou clique diretamente no forms: https://bit.ly/casaluizamahin-forms.